Manoel Soares detalha seu processo de 'desconstrução machista'
O apresentador revelou já ter sentido um "ciúme incontrolável" de uma de suas filhas
O apresentador Manoel Soares revelou ter iniciado um processo de "desconstrução machista" há cerca de cinco anos. Por nunca ter tido atitudes violentas contra mulheres, Manoel disse que teve dificuldade em perceber que poderia ser afetado pelo "machismo tóxico". As declarações do apresentador do programa Encontro, da TV Globo, foram dadas em entrevista à revista Caras.
Nessa desconstrução, Manoel conta que passou a rever posições e sentimentos seus em suas relações familiares, dentro de casa. "Eu tinha e tenho até hoje, e acho que é um resquício desse machismo, um ciúme incontrolável pela minha filha Vitória. E eu comecei a entender que parte da hostilidade que eu tinha com meu genro, que é uma pessoa muito legal, provinha não do amor que eu sinto por ela, mas do machismo que eu tinha enquanto agente da sociedade", explicou Manoel.
Outra situação trazida por ele também envolve sua família. Manoel deu como exemplo a prática de uma de suas filhas, de por uma roupa mais comprida para ir na padaria, com medo de assédio. "Eu nunca precisei trocar o short para ir na padaria. Tem coisas que para as mulheres é algo óbvio, e para mim simplesmente não passa na minha cabeça", afirmou o apresentador.
Manoel Soares está lançando um novo livro, seu segundo, que também traz um assunto sensível à sociedade: o racismo. Em Para meu amigo branco, o apresentador dá orientações de como pessoas brancas podem evitar serem opressoras.
A ideia de escrever esse livro também começou em casa. Pai de cinco filhos, um dos mais novos nasceu com a pele clara, e Manoel pensou em fazer o livro apenas para ele e seus amigos próximos. "Ia distribuir para os amigos, para que eles ajudassem meu filho para ele ser uma pessoa bacana", contou. O projeto cresceu, e agora o livro está sendo lançado para todos os públicos.