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Maratonista olímpica de Uganda morre após sofrer queimaduras em ataque de ex-namorado com gasolina

Autor do ataque também sofreu queimaduras e está em tratamento no mesmo hospital em que atleta foi internada

5 set 2024 - 10h37
(atualizado às 11h37)
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O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, chamou o ataque de "um ato covarde e insensato que levou à perda de uma grande atleta"
O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, chamou o ataque de "um ato covarde e insensato que levou à perda de uma grande atleta"
Foto: Imagem de natanaelginting no Freepik

A maratonista Rebecca Cheptegei morreu nesta quinta-feira, quatro dias após ser atacada pelo ex-namorado. A atleta de Uganda, que disputou a Olimpíada de Paris-2024, não resistiu às queimaduras que alcançaram 80% do seu corpo. Dickson Ndiema ateou fogo na corredora de 33 anos no domingo após uma briga.

A morte foi anunciada pelo Moi Teaching and Referral Hospital, na cidade de Eldoret, no Quênia, onde mora e treina. De acordo com um porta-voz do hospital, Cheptegei teve falência múltipla dos órgãos em razão das queimaduras. Ela estava totalmente sedada desde que deu entrada no local, no domingo.

A corredora havia participado da maratona nos Jogos de Paris-2024 há menos de um mês. Ela terminou a prova na 44ª colocação. "Estamos profundamente tristes em anunciar o falecimento de nossa atleta, Rebecca Cheptegei, no início desta manhã, que tragicamente foi vítima de violência doméstica. Como federação, condenamos tais atos e pedimos justiça. Que sua alma descanse em paz", afirmou a Federação de Atletismo de Uganda.

O pai da atleta, Joseph Cheptegei, afirmou aos jornalistas no hospital que havia perdido uma filha que era "muito solidária" e disse esperar justiça. "Como está agora, o criminoso que machucou minha filha é um assassino e ainda estou para ver o que os agentes de segurança estão fazendo. Ele ainda está livre e pode até fugir", declarou.

O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, chamou o ataque de "um ato covarde e insensato que levou à perda de uma grande atleta". O ministro dos Esportes do Quênia, Kipchumba Murkomen, disse que o governo garantirá justiça para a vítima. "Esta tragédia é um lembrete gritante de que devemos fazer mais para combater a violência de gênero em nossa sociedade, que nos últimos anos mostrou sua cara feia nos círculos esportivos de elite", declarou.

O comandante da polícia do condado de Trans Nzoia, Jeremiah ole Kosiom, havia afirmado na segunda-feira que o ex-namorado de Cheptegei, Dickson Ndiema, comprou uma lata de gasolina, derramou sobre ela e a incendiou durante uma discussão no domingo. Ndiema também sofreu queimaduras e estava sendo tratado no mesmo hospital.

Os pais de Cheptegei disseram que sua filha comprou terras em Trans Nzoia para ficar perto dos muitos centros de treinamento de atletismo da região, famosos mundialmente pelo alto nível de preparação física para provas de longa distância. Um relatório arquivado pelo chefe local disse que os dois foram ouvidos brigando pelo terreno onde sua casa foi construída dias antes do ataque.

Estadão
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