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Marcas reduzem participação de pessoas com deficiência em publicidade nas redes sociais

Pesquisa mostra que população com deficiência teve apenas 0,8% de representatividade nos anúncios em 2022. No ano anterior, índice chegou 3% e, em 2020, registrou 1%.

1 jul 2023 - 12h12
(atualizado às 12h16)
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Pesquisa também ressalta disparidade entre tamanho da população com deficiência brasileira e a representatividade desse grupo.

As principais marcas brasileiras reduziram a representatividade da população com deficiência em anúncios nas mídias sociais, segundo dados da quinta edição da pesquisa 'Diversidade na Comunicação de Marcas em Redes Sociais', feita por Elife, Buzzmonitor e SA365.

O estudo mostra apenas 0,8% de participação de pessoas com deficiência nos anúncios em 2022 e comprova a redução dessa presença na comparação com os resultados anteriores, de 3% em 2021 e 1% em 2020.

A pesquisa também ressalta que a disparidade entre o tamanho da população com deficiência brasileira e a representatividade desse grupo foi a maior de todos os setores contabilizados.

"Para estabelecer a identificação correta e mais atualizada da população com deficiência, usamos as revisões do Grupo de Washington sobre grau e severidade das deficiências e a reavaliação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o Censo 2010", explica Breno Soutto, diretor de inteligência Elife.

Com base nessas reanálises, os pesquisadores chegaram 12.748.663 pessoas com deficiência, o que equivale a 6,7% do total da população brasileira registrada pelo Censo 2010, que foi de 190.755.048 habitantes.

O IBGE divulgou nesta semana o resultado parcial do Censo 2022 e informou que o Brasil tem atualmente 203 milhões de habitantes, mas os dados sobre a população com deficiência ainda não foram liberados.

O estudo sobre a presença de grupos minorizados na publicidade brasileira usou o módulo de Social Listening do Buzzmonitor, que coleta dados em buscas por termos ou publicações de perfis específicos, e analisou 24.606 posts no Instagram, Facebook e Twitter, entre janeiro e dezembro de 2022, feitos pelos 20 maiores anunciantes do Brasil, responsáveis por 49 marcas, segundo ranking do Meio&Mensagem.

Negros - De acordo com a pesquisa, a presença de negros nas campanhas cresceu nove pontos percentuais e atingiu 53%, o maior patamar desde 2018, ano de início da série. "O número ainda está abaixo da proporção de negros na sociedade brasileira, que é de 56%, segundo o IBGE", afirmam os pesquisadores.

Mulheres, LGBTQIAPN+, gordos, idosos, indígenas e asiáticos - Houve diminuição na presença de mulheres nas publicações em relação aos anos anteriores, diz o estudo, além do predomínio de mulheres brancas.

Grupos LGBTQIAPN+ apareceram em 7% das publicações analisadas, contra 8% do ano passado.

Apenas 4% das publicações têm presença de gordos, principalmente nos setores de higiene e beleza. Os pesquisadores alertam que roupas plus size movimentaram R$ 6 bilhões no Brasil em 2016, de acordo com a Associação Brasileira do Vestuário (ABRAVEST).

Apenas 1,9% das publicações representa pessoas idosas, o mínimo histórico. Segundo pesquisa, esse número era de 10% em 2018.

Indígenas estiveram presentes em apenas 0,2% das publicações.

O estudo completa com informações sobre asiáticos - 2% da população brasileira -, único grupo super representado, com 3,3% de presença nas publicidades analisadas.

Estadão
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