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Médico e marido relatam homofobia em restaurante ao tentar trocar fralda da filha

Gabriel Passos Magalhães Luzetti estava com o marido, Guilherme, a filha de sete meses e o restante da família comemorando o Dia dos Pais

14 ago 2024 - 11h50
(atualizado às 16h28)
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Gabriel Passos Magalhães Luzetti (esquerda) e Guilherme Magalhães (direita) foram impedidos de trocar a fralda da filha no único fraldário disponível em restaurante
Gabriel Passos Magalhães Luzetti (esquerda) e Guilherme Magalhães (direita) foram impedidos de trocar a fralda da filha no único fraldário disponível em restaurante
Foto: Reprodução: Facebook/Guilherme Guarany C. Magalhães Luzetti

Gabriel Passos Magalhães Luzetti, médico ginecologista e obstetra, recorreu às redes sociais para relatar um episódio de homofobia que ele e seu marido, Guilherme, também médico, enfrentaram na Cantina Giovanni, localizada em Guarulhos, São Paulo.

No dia 11 de agosto, Gabriel e seu marido comemoraram o primeiro Dia dos Pais do casal. Durante o jantar no restaurante que estavam, a filha de sete meses precisou de uma troca de fralda. Ao procurar um local adequado, uma funcionária informou que o único fraldário estava localizado no banheiro feminino.

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Para facilitar, segundo Gabriel, a mulher se comprometeu em manter o banheiro vazio e monitorar a porta, garantindo que o casal pudesse trocar a fralda da bebê com privacidade e sem constrangimento. No entanto, ainda segundo relato do médico, o proprietário do restaurante proibiu o casal de utilizar o banheiro feminino. Gabriel tentou explicar a situação, mas o dono afirmou que “não tinha nada a ver com isso”. 

Gabriel relata que o proprietário sugeriu que, em vez disso, o casal juntasse duas cadeiras e realizasse a troca de fralda no meio do restaurante ou então levasse as cadeiras para o banheiro masculino para fazer a troca lá.

Em entrevista ao Terra NÓS, Gabriel contou que está em um relacionamento há 17 anos com o marido, estando casado há oito. A bebê do casal nasceu em janeiro deste ano por meio de útero de substituição. “Primeiro ano que a gente ia comemorar o Dia dos Pais com ela presente nas nossas vidas”, contou.

“Além de toda a humilhação, expondo a gente diante de todo mundo, ele ainda não teve nenhuma consideração em relação à minha filha. Ela ficou muito assustada, chorou. A sensação foi de tristeza, de indignação. O que doi mais nem é o que eu passei, mas, sim, a [situação da] minha filha, que é uma bebê de sete meses que não merecia ter ficado exposta como ficou”, disse ao Terra NÓS.

“Minha família viu o movimento, começou a ter discussão e quase que o meu irmão foi agredido pelo referido senhor, sendo necessário que os funcionários interviessem e afastassem o agressor do meu irmão. Chamamos a polícia e abrimos um boletim de ocorrência”, escreveu Gabriel na postagem no Facebook.

A polícia colheu os depoimentos do casal e do proprietário do restaurante. O médico relatou que as autoridades tentaram buscar uma retratação, mas o homem se limitou a justificar suas ações, alegando que o restaurante estava cheio de clientes com crenças religiosas e que não poderia permitir essa situação. 

“Todo o ocorrido expôs a mim e a minha família a todos os presentes no estabelecimento e a atitude homofóbica foi escancarada. Para o azar do proprietário da cantina, somos pessoas instruídas e temos condições financeiras para judicializar esse evento, mas infelizmente essa não é a realidade de muitos integrantes da comunidade LGBTQIAPN+ e cenários deprimentes como esses frequentemente ficam impunes”, expressou.

“Nosso primeiro Dia dos Pais foi marcado por essa atrocidade e não pudemos nem mesmo cantar os parabéns para a minha mãe na data do seu aniversário, uma vez que até que todo o trâmite policial se concluísse, chegamos em casa após a meia-noite”, continuou.

O Terra NÓS entrou em contato com o restaurante, mas não obteve resposta até o momento desta publicação. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

LGBTfobia é crime. Saiba como denunciar 

LGBTfobia é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de LGBTfobia, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.

Saiba mais sobre como denunciar aqui.

Fonte: Redação Nós
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