Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Mercado Casarão recria experiência africana de desenvolvimento coletivo

Inspirado em história familiar e mercados de países africanos como Guiné, Benin e Camarões, o espaço promove o desenvolvimento de negócios para empreendedores negros no Rio de Janeiro

28 mar 2022 - 12h52
Compartilhar
Exibir comentários
Família da dona Dida em frente ao Mercado Casarão, no Rio de Janeiro.
Família da dona Dida em frente ao Mercado Casarão, no Rio de Janeiro.
Foto: Imagem: Edu Bispo / Alma Preta

O Rio de Janeiro foi durante séculos uma das principais portas de entrada de pessoas escravizadas no Brasil, fato que faz da cidade um local expressivo para a preservação da ancestralidade africana. A cultura negra na capital fluminense ganhou em fevereiro deste ano um espaço nobre com o surgimento do Mercado Casarão, na Praça da Bandeira, na zona norte. O local foi idealizado pela família da matriarca Dida, com inspiração nos mercados tradicionais de Camarões, Benin e Guiné.

O mercado é um centro de cooperação e desenvolvimento de negócios para empreendedores afro-brasileiros com muito samba, produtos, livraria e comida saborosa.

"O espaço chega para complementar e ampliar a atuação do Dida Bar e Restaurante que, nascido em 2015, sempre compartilhou saberes e valores africanos através da gastronomia. Porém, com o passar dos anos, o restaurante passou a não dar conta de realizar e comunicar todas as atividades que pretendia. Assim, o bar se mudou em 2020 para um espaço maior, onde nasceu o objetivo de criar o Mercado Casarão", conta Kanu Akin Trindade, um dos administradores do espaço ao lado de Dida Nascimento, Matheus Buka Trindade e Teka Nascimento.

A zona norte do Rio tem uma tradição de cultura, empreendedorismo e resistência negra que teve como auge o Renascença Clube, nos anos de 1970, no Andaraí. O clube foi criado em 1951 por pessoas negras da classe média que não eram aceitas em outras agremiações por conta da cor da pele. O "Rena", como é até hoje chamado carinhosamente por seus fiéis frequentadores, se destacou pelos seus concursos de beleza nos anos de  1950 e 1960, além dos bailes black dos anos 1970.

A programação da Mercado Casarão conta com aulas de capoeira angola com o mestre Célio Gomes do grupo Aluandê, aulas de dança afro com Sabrina Sant'Ana, encontros literários com o projeto Encruza do Saber, serviço de beleza com cortes de cabelo e trancistas, Terapia Corporal Africana com a Nailê Bem-Estar, Kemetic Yoga com Ana Sou.

"O nosso sonho é dar continuidade ao crescimento, ousando e criando um mercado africano dos tempos modernos, um espaço aberto e de encruzilhadas, onde encontros sejam fomentados e a inovação tenha caminhos abertos para se desenvolver", aposta Kanu.

O restaurante que deu origem ao espaço multicultural das tradições africanas também veio de um projeto de resgate da própria história da Dida Nascimento, como conta o Kanu.

"Nos anos de 1970, a dona Maria, mãe da Dida, montou um pequeno restaurante na Pavuna, era o bar da Tia Maria. A família se constitui nesse espaço, e o ambiente era embalado por rodas de capoeira, samba e outras manifestações culturais negras. Foi daí que saiu a ideia do Dida Bar e Restaurante, para reviver aquele tempo do bar da Pavuna com a missão de compartilhar saberes e valores africanos através da gastronomia", diz Kanu.

Serviço:

O Mercado Casarão fica na Rua Barão de Iguatemi, 379, Praça da Bandeira, Rio de Janeiro, RJ.

Alma Preta
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade