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Michelle Bolsonaro pede que deputada retire prótese ocular durante evento do PL Mulher

Ex-primeira-dama guardou objeto no bolso durante discurso da parlamentar; cena aconteceu no sábado, na Paraíba

17 jul 2023 - 09h14
(atualizado às 12h32)
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Michelle Bolsonaro pede para deputada Amália Barros retirar prótese ocular e coloca objeto no bolso
Michelle Bolsonaro pede para deputada Amália Barros retirar prótese ocular e coloca objeto no bolso
Foto: Reprodução/Twitter

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu que a deputada federal Amália Barros (PL-MT) retirasse sua prótese ocular antes de discursar no sábado, 15, durante evento do PL Mulher em João Pessoa (Paraíba). Após a parlamentar retirar a prótese, a ex-primeira-dama guardou o objeto no bolso. Michelle e Amália ocupam, respectivamente, a presidência e a vice-presidência do núcleo da sigla focado em incentivar candidaturas femininas e discutir políticas favoráveis às mulheres.

"Ela vai contar agora pra vocês o porquê de ela ser uma mulher que faz acontecer. Mas eu quero você sem prótese. Eu amo vê-la sem prótese, gente. Eu sei que o seu trabalho é esse, amiga. Deixa eu segurar seu olho", disse Michelle, enquanto guardava a prótese no seu bolso.

Após atender ao pedido da ex-primeira-dama, a deputada brincou ao dizer que cenas como essas são normais entre as duas. "Ela sempre faz isso comigo e eu ainda não aprendi a já vir sem prótese", afirmou.

Amália perdeu a visão aos 20 anos após contrair toxoplasmose, uma infecção causada pelo protozoário parasita que pode ser encontrado em fezes de gato e em alimentos contaminados. A doença pode causar cegueira, o que foi o caso da deputada. "Eu dormi enxergando e acordei cega. Foi da noite para o dia, literalmente", disse a parlamentar durante evento do PL Mulher.

'Local de poder'

Durante o evento, Michelle afirmou que sempre fez política pública até mesmo sem saber. "Eu, uma mulher que sempre fez política pública sem saber, comecei no voluntariado aos 14 anos pela igreja, fiquei dois anos trabalhando no lixão no (bairro Jardim) Gramacho no Rio de Janeiro, já como esposa do deputado federal Jair Messias Bolsonaro", disse.

A ex-primeira-dama ainda contou que orou para poder ajudar as pessoas quanto estivesse no "local de poder" caso Bolsonaro saísse vitorioso das eleições de 2018. Na época, segundo ela, o ex-presidente e então deputado federal estava começando a se planejar para a disputa. "Deus quebrantou o meu coração para eu poder cuidar dessas pessoas e o desejo no meu coração de chegar à Presidência", disse. "Eu fui para o meu banheiro e falei com Deus. Eu falei: 'Deus, se um dia o senhor permitir eu estar neste local de poder, eu vou usar este poder para poder ajudar as pessoas que precisam e eu quero ajudar."

Após Bolsonaro ficar inelegível por oito anos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a discussão sobre nomes para liderar a direita nas eleições presidenciais de 2026 foi intensificada. Michelle é uma das alternativas cogitadas pelo PL para o Planalto, mas essa possibilidade foi minimizada pelo marido e ex-presidente. Segundo Bolsonaro, a ex-primeira-dama ainda é inexperiente para a política.

"Ela (Michelle) não tem experiência para enfrentar o dia a dia de uma política bastante violenta com um sistema bastante ativo no Brasil", disse Bolsonaro.

PL Mulher

Michelle assumiu a presidência do PL Mulher em março de 2023 com o objetivo de realizar viagens pelo Brasil preparando o terreno para o lançamento de candidaturas a prefeito em 2024, principalmente de mulheres. Na época, como mostrou o Estadão, a legenda decidiu que a ex-primeira-dama iria receber o mesmo salário de um deputado federal (R$ 33.763), mas o pagamento ainda estava sem data para ser feito devido a um bloqueio parcial das contas do partido pelo TSE.

Antes de assumir o posto, Michelle intensificou a atuação política nas redes sociais e tem participado, desde então, de eventos políticos representando o marido, principalmente quando o ex-presidente estava nos Estados Unidos. Além de postar fotos de Bolsonaro, ela até entrou no debate sobre o Banco Central e a taxa de juros.

Estadão
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