Ministério Público do Trabalho abre inquérito para investigar denúncias contra Silvio Almeida
Em decorrência de acusações de assédio sexual, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou o ex-ministro dos Direitos Humanos
O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um inquérito civil para investigar denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou Almeida do cargo na sexta-feira (6) após as acusações se tornarem públicas.
A coluna do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, divulgou na quinta-feira (29), que o grupo Me Too Brasil havia recebido denúncias de um grupo de mulheres alegando assédio sexual. Entre as vítimas, estaria a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco.
Investigação contra Silvio Almeida
Após a divulgação das denúncias, a Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e Tocantins (PRT-10) recebeu uma denúncia anônima contra Silvio Almeida. Em resposta, um procurador do trabalho abriu o inquérito de ofício, mesmo sem ser formalmente solicitado.
O caso, que tramita em sigilo, é uma das três investigações em andamento contra Almeida. Além do MPT, a Polícia Federal (PF) e a Comissão de Ética Pública da Presidência da República também estão conduzindo suas próprias apurações.
O que disse o ex-ministro dos Direitos Humanos?
Silvio Almeida negou todas as acusações e declarou ser "o maior interessado nas investigações". Após a sua exoneração, ele afirmou que pediu para ser demitido a fim de conceder isenção às apurações e demonstrou confiança na sua inocência.
"Nesta sexta-feira (6), em conversa com o presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua", disse o ex-ministro.
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Pronunciamento de Anielle Franco
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, pediu respeito ao seu direito à privacidade e destacou a importância das investigações. Anielle se comprometeu a colaborar com as apurações sempre que for acionada.
"Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula", escreveu a ministra em suas redes sociais.