Modelo trans é agredida em balada e diz ter sido arrastada por seguranças: 'Tratada como lixo'
Jovem relatou o ocorrido nas redes sociais e casa noturna divulgou imagens da agressão
-1jy7orqt0u4hi.png "Redação Terra"){kind=small}
Uma modelo trans relatou nas redes sociais ter sido vítima de agressão verbal e física em uma casa noturna de São Paulo. A jovem, Frantiesca, afirmou que foi vítima de falas transfóbicas, e mostrou ferimentos no olho e na perna que teriam sido feitos por um homem. Também nas redes sociais, a casa noturna Euphoria, onde aconteceu o fato, se pronunciou e publicou um vídeo feito por câmera de segurança mostrando as agressões.
De acordo com Frantiesca, que é uma mulher trans, a agressão aconteceu na sexta-feira, 30. Ela estava acompanhada de um amigo quando se envolveu em uma discussão e foi agredida por um homem, que bateu nela e usou palavras transfóbicas.
Ela conta que, ao pedir ajuda para os seguranças do estabelecimento, foi "tratada como lixo" e que foi levada para fora. A casa noturna diz que há uma orientação para tirar do local pessoas envolvidas em brigas, pela segurança dos demais frequentadores.
"Saí pra curtir com um amigo meu na balada Euphoria, quando eu sofri uma agressão física por parte de um homem, que veio pra cima de mim com palavras transfóbicas e logo em seguida, né, partindo pra mão, me deixando nesse estado, enquanto eu estava completamente vulnerável", disse Frantiesca em um vídeo publicado no próprio perfil.
"E quando eu pedi ajuda pros seguranças, em vez deles me socorrerem, eles simplesmente me agarraram e me arrastaram do segundo andar do local até a rua, me tratando como lixo, me jogando fora, me descartando, num lugar que era de acolhimento, que eu esperava no mínimo que isso não acontecesse", desabafou.
"As pessoas ao redor não fizeram nada e ali eu vi que eu poderia ser mais uma estatística. Eu só consegui pensar na minha mãe, se isso acontecesse. Eu não consigo nem sair de casa mais, eu tenho medo, sabe? Estou traumatizada, destruída", completou a modelo.
No perfil do Instagram, a casa noturna publicou o vídeo feito por câmera de segurança que mostra a agressão. Frantiesca parece discutir com o homem, de camiseta preta, antes dele a agredir. Nas imagens, ela aparece dando um tapa no rosto dele, que em seguida a puxa pelo cabelo e a agride fisicamente enquanto ela estava nas escadas do local. Ela sobe as escadas e vai atrás do homem em seguida, mas desaparece da imagem da câmera.
A casa noturna se pronunciou por meio de uma publicação nas redes sociais, em que mostra o vídeo do acontecimento. Na legenda, o estabelecimento escreveu que orienta a segurança a retirar todos os envolvidos em brigas do local, pelo bem dos demais clientes. A casa também diz ser um local livre de preconceitos e que não tolera situações que ferem os direitos das pessoas LGBTQ+. Leia a seguir.
"Olá caros, não íamos postar o vídeo para não fomentar mais discursos e ódio na comunidade, mas visto as falas divergentes sobre como se iniciou a briga entre clientes, optamos por disponibilizar as imagens, mostrando fatos os quais são totais desaprovados por toda operação da casa mas que infelizmente ocorrem entre clientes e cabe a equipe de segurança do clube retirar todos envolvidos do local prezando pelo bem de todos os demais não envolvidos.
A festa é estruturada pela própria comunidade, sendo avessa a qualquer tipo de preconceito e tendo o suporte de seguranças a qualquer divergência, aptos a conduzir ao melhor modo divergências e em casos extremos como esse, retirar e prestar o suporte devido qnd de desejo, tb toda registrada em vídeo para casos de necessidade, todos envolvidos tenham sua parte corroborada na justiça em detalhe fazendo-se assim a segurança de todos de modo físico e jurídico.
No mais, estamos aqui junto ao clube para dar todo suporte necessário como já foi oferecido anteriormente para tomar medidas cabíveis aos agressores, situações que ferem o direito de nossa comunidade LGBTQ+ nunca foi ou será tolerada em nosso local".
Nos stories, Frantiesca contou que recebeu relatos de outras pessoas que também teriam sido vítimas de LGBTfobia na mesma casa noturna, e ainda mostrou que registrou um boletim de ocorrência no 14º Distrito Policial de Pinheiros, em São Paulo, por lesão corporal. Ela também mostrou imagens dos machucados no olho e na perna.
Em nota ao Terra, a Polícia Civil informou que a mulher, de 21 anos, foi agredida na madrugada do último sábado, 1º, na Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, zona oeste da Capital. A vítima estava em uma balada quando foi atacada por um homem, ainda não identificado, que desferiu socos contra ela. Foi solicitado exame de corpo de delito ao Instituto Médico Legal (IML) e a vítima foi orientada quanto ao prazo para ofertar a representação criminal no 14° Distrito Policial.
