Morgan Freeman causa polêmica ao dizer que termo afro-americano é insulto
O ator ainda criticou o mês da história negra
Uma entrevista do Morgan Freeman ao jornal britânico The Times tem gerado polêmica pelas declarações do ator de 85 anos. Negro, ele disse que não gosta que se refiram a ele como "afro-americano" (que se refere a americanos com ascendência africana) e acrescentou que o termo é um "insulto". Freeman ainda criticou o mês da história negra, celebrado em fevereiro nos EUA, que também seria "um insulto".
Na entrevista, Freeman disse: "'Afro-americano' também é um insulto. Não me identifico com esse termo. Os negros foram chamados de nomes diferentes desde a 'palavra com N' (insulto racial grave na língua inglesa) e não sei como essas coisas pegam tanto, mas todo mundo usa 'afro-americano'. O que isso realmente significa? A maioria dos negros nesta parte do mundo são mestiços".
Ele comparou o termo com outros títulos, como irlandeses-americanos ou ítalo-americanos, que se referem ao país e não ao continente, como ocorre em "afro-americano". "Você diz África como se fosse um país quando é um continente, como a Europa." Freeman ainda exemplificou que as pessoas falam "ítalo-americanos" e não "euro-americanos".
Sobre o mês da história negra, o ator disse: "É um insulto. Você vai relegar minha história a um mês?".
Apesar disso, o vencedor do Oscar declarou que tem orgulho de ser negro e concordou com uma fala do colega Denzel Washington, que disse: "Tenho muito orgulho de ser negro, mas negro não é tudo o que sou".
Esta não é a primeira polêmica envolvendo Morgan Freeman e as questões raciais. Em 2005, ele declarou que o único jeito de acabar com o racismo seria não falando sobre ele. Frequentemente, o vídeo com a fala é compartilhado nas redes sociais com intuito de diminuir pautas raciais. No entanto, em 2020, Freeman utilizou suas redes sociais para dar voz ao movimento "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam). Em um post no Instagram ele trouxe a legenda: "Lutar pela igualdade é uma celebração da independência. Lutar por vidas negras é uma celebração da independência".