MP pede explicações após prisão de jovem negro; vídeo mostra grito racista
Caso ocorreu em Novo Gama, em Goiás; MP pediu esclarecimentos à Polícia Militar e Guarda Civil Municipal
Imagens que circulam nas redes sociais mostram um jovem negro sendo preso na cidade de Novo Gama, em Goiás, e um grito de ‘vai gritar Lula lá na África’ ao fundo. O caso ocorreu no último domingo, 2, durante o primeiro turno das eleições. O Ministério Público pediu esclarecimentos sobre o fato à Polícia Militar e a Guarda Civil, já que agentes estavam presentes na imagem.
O vídeo foi publicado na tarde de quarta-feira, 5, pelo jornalista André Caramante em sua conta no Twitter. É possível ver na gravação o rapaz sem camisa sendo algemado por autoridades, e logo em seguida, alguém grita a frase de cunho racista.
“Vai gritar Lula lá na África, agora!”
Essa foi a frase do policial militar ao prender o jovem preto, em Novo Gama (GO), em 2/10/22, dia das eleições no Brasil.
Brasil - Goiás - Novo Gama #celularemlegitimadefesa#filmeapolícia #filmthepolice
🎥👮🏻♂️📱💻🌎 pic.twitter.com/XX0e5GB7C7
— André Caramante (@andrecaramante) October 5, 2022
Em seguida, o rapaz que filma, diz que ele foi preso por votar em Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na publicação, Caramante atribui a frase racista à um policial, no entanto, nas imagens não fica claro quem a gritou. Em contato com a Polícia Civil, o Terra foi informado que a prisão teria ocorrido pois o rapaz negro estaria próximo a uma seção eleitoral supostamente fazendo boca de urna para Lula, mas não tinha consigo materiais de campanha, e por isso, foi liberado.
Diante da veiculação das imagens nas redes sociais, o Ministério Público de Goiás decidiu investigar a ação e pediu esclarecimentos por meio de ofícios à PM e GCM sobre o conteúdo do vídeo.
Em nota, o MPGO informou que repudia e atua em diversas frentes no combate ao racismo e à xenofobia, e mantém órgãos dedicados ao enfrentamento aos crimes de ódio e intolerância, além de investigações nas esferas administrativa e criminal.
A reportagem tentou contato com a Polícia Militar, mas até a última atualização, não obteve retorno.