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Mulher com a ‘pior dor do mundo’ revela abusos que sofreu: “Passei a acreditar que era minha culpa”

Carolina Arruda foi diagnosticada com neuralgia do trigêmeo

7 ago 2024 - 11h23
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Em relato postado nas redes sociais, Carolina Arruda contou que passou por uma "onda de abusos"
Em relato postado nas redes sociais, Carolina Arruda contou que passou por uma "onda de abusos"
Foto: Reprodução: Instagram/caarrudar

Diagnosticada com neuralgia do trigêmeo, uma doença descrita como a “pior dor do mundo”, Carolina Arruda, 27 anos, compartilhou em suas redes sociais abusos que enfrentou na infância e na juventude.

“Por trás dessa dor física havia um peso ainda maior: as cicatrizes emocionais deixadas por experiências de abuso e trauma”, escreveu na legenda da postagem.

A decisão de falar sobre seus traumas surgiu após uma conversa com seu médico que explicou que, para tratar a dor física, era fundamental primeiro falar sobre a dor emocional resultante das experiências que ela vivenciou.

“Eu sempre fui uma criança muito criativa, eu adorava brincar. Eu comecei a me retrair muito aos seis anos de idade, eu comecei a ficar uma criança triste. Passei a ser uma criança que não gostava de contatos e isso começou porque eu fui abusada por um parente dos seis aos doze anos dentro da minha própria casa”, relatou em vídeo.

Carolina contou que o parente também batia nela e a enforcava, além de ameaçá-la de morte. “Com o tempo eu passei a achar que o que ele estava fazendo comigo era minha culpa, porque dentro da minha casa eu estava de pijama curto. Eu passei a acreditar que aquele abuso era minha culpa também porque eu não conseguia gritar”, comentou.

Relacionamento abusivo

Aos 13 anos, Carolina começou a namorar com o pai biológico de sua filha, com quem teve um relacionamento abusivo. “Mais uma vez eu estava passando por uma onda de abusos, desta vez agressões físicas e abusos psicológicos. Ele era competidor de academia e era muito forte. Eu lembro que ele segurava o meu pescoço com uma mão só, olhava dentro do meu olho e ia apertando até que eu perdesse as forças”, contou.

Carolina se relacionou com o homem por quatro anos e ficou grávida aos 16 anos. Apesar do companheiro falar para ela abortar a criança, ela decidiu ficar com a filha, que atualmente tem 10 anos e mora com a avó de Carolina.

Abuso

Na segunda parte do vídeo, Carolina contou sobre a tentativa de estupro que sofreu em 2020, quando estudava Medicina Veterinária. O agressor foi um vizinho, que morava com a esposa enfermeira no mesmo condomínio que ela. Na ocasião, o homem pediu sua ajuda para dar remédio ao cachorro.

“Por volta de 19h30 cheguei na casa dele e a esposa não estava lá. Mais tarde eu fiquei sabendo que ela tinha mudado o horário do plantão dela há duas semanas e ele na maldade não me falou isso. Eu terminei de dar o remédio e fui saindo, ele me jogou no outro canto, me prendeu pelos braços e começou a tirar a minha roupa com a boca”, relatou.

Naquele dia, Carolina estava impossibilitada de gritar por causa de uma cirurgia que tinha feito um mês antes, que a deixou sem voz.

“Eu só lembrei da Carolina de seis anos, que também não conseguiu gritar por motivos diferentes. Eu consegui tirar uma força que eu não sei de onde veio. Eu consegui escapar pela lateral em um momento que ele se descuidou e levantou o braço e aí eu consegui escapar e fugir".

O caso foi registrado como importunação sexual e, mais tarde, Carolina descobriu que o homem já tinha sido denunciado antes pelo mesmo crime, mas apenas pagou uma multa e ficou dois anos sem poder sair de noite.

Fonte: Redação Nós
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