Mulher morta pelo ex na frente dos filhos o salvou de suicídio dias antes do crime, diz polícia
Gabrielle de Lima Rodrigues foi morta a facadas junto do pai de 61 anos; suspeito está preso
Gabrielle de Lima Rodrigues salvou o ex-marido de tirar a própria vida dias antes do suspeito atacá-la a facadas. A professora e o pai, de 61 anos, foram mortos da frente dos filhos do casal. O homem está preso.
A mulher de 34 anos que foi morta pelo ex-marido na frente dos filhos, impediu que o suspeito cometesse suicídio dias antes de ser atacada a facadas por ele, em Toledo, no Paraná. De acordo com o boletim de ocorrência, Gabrielle de Lima Rodrigues cortou o cadarço que Gilvan Francisco Rech usaria para tirar sua vida.
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Ao Terra, o delegado Alexandre Macorin relatou que a Justiça já havia determinado uma medida protetiva contra o autor do crime e que não era a primeira vez que a vítima solicitava proteção.
"Em 2019, eles tiveram uma desavença e, nessa ocasião, ela solicitou uma medida protetiva. Foi concedida, mas logo na sequência, ela optou pela retirada porque eles voltaram a morar juntos", esclarece.
O casal estava junto há 11 anos, e as discussões eram recorrentes, conforme a professora informou à polícia quando solicitou uma nova medida protetiva no início deste mês de março. Gabrielle afirmou que o marido não era presente e levava uma "vida de solteiro", na qual saía aos finais de semana e voltava tarde para a casa. O homem também bebia muito.
Em algumas ocasiões, Gilvan a chamava de "vagabunda" e "filha da p*ta", e a acusava de traí-lo. Eles se separaram e, na noite do último dia 5, tiveram uma discussão, porque ela disse que queria ir dormir na casa de sua mãe. Nesse momento, o suspeito pegou um cadarço para tirar sua vida, mas Gabrielle o cortou para impedir o fato.
No mesmo dia, o homem pegou o celular dela e uma faca na cozinha, dizendo: "Vem aqui, vamos resolver isso". Ela ainda disse que temia por sua integridade física e tinha muito medo do ex.
Dias depois, na última segunda-feira, 18, a professora foi morta a facadas na frente dos filhos --um menino de 11 anos e uma menina de 4 anos. Além dela, seu pai, identificado como Vicente José Rodrigues, de 61 anos, também foi assassinado. A Polícia Civil acredita que o crime foi premeditado.
"Ele alegou que não tinha a intenção de matar. Eles tinham brigado, estavam separados, e que ele tinha matado um porco, por isso estava com aquela faca, e foi lá para conversar. Ele estava proibido de ir até lá, mas pela hora que ele apareceu lá e por estar com uma faca, acredito que ele premeditou mesmo. Até por conta das ameaças anteriores, que ele falava que ia matá-la com uma faca", explica Macorin.
O crime
Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar do Paraná, um vizinho foi quem acionou os agentes militares, pouco depois das 22h30. Ele ouvia uma criança pedindo socorro desesperadamente, dizendo que o pai estava batendo na mãe e que iria matá-la.
O morador relatou aos policiais que quando entrou na casa, viu no chão o corpo do pai de Gabrielle, enquanto o suspeito esfaqueava a mulher. O homem disse que segurou no braço do suspeito, para tentar impedi-lo, mas ele teria corrido.
Ainda de acordo com o registro da PM, o vizinho então pegou as crianças que estavam na casa e levou até a sua residência e chamou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Ao chegarem no local, os policiais encontraram os corpos no chão e ouviram gemidos vindos do fundo da casa. A equipe entrou no local e viu o suspeito com uma faca cravada no peito. "Ao verbalizar com o mesmo, ele tirou a faca do peito e jogou ao solo, sendo recolhida pela equipe policial com segurança", diz o registro policial. Gilvan foi encaminhado para o atendimento médico e, em seguida, preso em flagrante.
Segundo o delegado, o Conselho Tutelar foi acionado e os filhos de Gabrielle foram entregues à mãe dela. O caso segue em investigação. A Polícia Civil aguarda laudos complementares que auxiliarão na conclusão do inquérito policial, e as oitivas de testemunhas.
O Terra não conseguiu localizar a defesa de Gilvan Francisco Rech. O espaço permanece aberto para manifestações.