Mulheres denunciam coronéis da Aeronáutica por assédio sexual, diz jornal
Militares teriam sofrido episódios de constrangimento no ambiente de trabalho; denúncia inclui integrante da Guarda Presidencial
Militares mulheres denunciaram oficiais superiores Força Aérea Brasileira (FAB) por assédio sexual. Segundo o levantamento da Folha de S.Paulo, ao menos dois coronéis e dois tenentes-coronéis foram citados em episódios de constrangimento no ambiente de trabalho.
A publicação ainda identificou 17 ações ou inquéritos abertos contra oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica, elite militar formada para comandar tropas. Entre os acusados está também um tenente do Exército que integra atualmente a Guarda Presidencial e um capitão da Marinha que chegou a ser acusado por seis militares.
O coronel José Arnaldo do Nascimento foi denunciado pelo Ministério Público Militar sob acusação de assédio sexual contra seis oficiais mulheres que trabalharam com ele, entre 2017 e 2018, em Brasília, quando ele chefiou o Grupamento de Apoio ao Distrito Federal (GAP-DF).
As oficiais relataram "abraços inconvenientes, apertos de mãos diferenciados e 'pegajosos', toques no queixo, nos braços e nos seios, com a desculpa de 'ajeitar' a tarjeta de identificação". Segundo o jornal, a defesa do coronel informou que se manifestará nos autos do processo.
José Arnaldo do Nascimento pediu a aposentadoria cerca de três semanas após ser alvo de registro de ocorrência na polícia. Atualmente ele está na reserva remunerada da FAB.
Em notas, a FAB, o Exército e a Marinha firmaram repudiar os desvios de conduta e declararam investigar e punir os responsáveis
Integrante da Guarda Presidencial é citado
Tentativa de beijos à força, nudez não solicitada e toques inapropirados durante exames também foram relatados por oficiais em diferentes ações. Outro caso levantado pelo jornal, por exempo, é o do tenente Marcos César Marques, atualmente na Guarda Presidencial. Ele foi acusado de fazer repetidas cantadas invasivas a sós para duas sargentos, em Santa Maria (RS).
Uma das militares relatou que, por temer uma possível invasão de seu quarto, colocou a cama em frente à porta, atrapalhando a sua abertura. A denúncia do Ministério Público Militar afirma que, em depoimento durante a investigação, o tenente não negou os fatos, mas disse que não os considera uma conduta criminosa.