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Mulheres negras têm mais risco de sofrer violência física e sexual no Brasil, aponta estudo

As mulheres representam 75% das vítimas desse tipo de crime, segundo análise realizada com dados do Ministério da Saúde

21 jun 2023 - 11h15
(atualizado às 11h17)
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Pesquisa analisou dados referentes a mulheres que deram entrada no SUS
Pesquisa analisou dados referentes a mulheres que deram entrada no SUS
Foto: iStock

Segundo pesquisa realizada pela Vital Strategies, organização internacional que faz recomendações de políticas públicas para governos, mulheres são 75% das vítimas de violência física e sexual no Brasil, sendo que mulheres negras têm maior risco de sofrer essas violências.

O estudo analisou mais de 1 milhão de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, entre 2015 e 2022, referente às mulheres atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

De acordo com a pesquisa, no Nordeste é onde as mulheres negras têm uma probabilidade maior de sofrer algum tipo de violência física e, no Norte, o dobro do risco de sofrer violência sexual em relação às mulheres brancas.

Fátima Marinho, assessora técnica da Vital, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que os aspectos socioeconômicos, culturais e regionais podem ser o motivo das diferenças apresentadas no estudo.

“Nas regiões mais ricas, a violência contra a mulher é menos visível, como violência psicológica, difícil de identificar pelo profissional de saúde e muitas vezes pela própria vítima. Nas áreas pobres a violência de gênero assume uma forma mais visível, física e sexual”, disse.

Com uma pesquisa mais aprofundada em Goiânia, em Goiás, e no Rio Grande do Norte, com dados do Sinan e do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade, do SUS), a pesquisa revelou que mulheres negras morrem mais que mulheres brancas, seja por causas externas ou outras. Foram analisados casos de mulheres que notificaram ter sofrido algum tipo de violência entre 2014 e 2020, com exceção de automutilação.

Aline Yamamoto, diretora de Proteção de Direitos, na Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, do Ministério das Mulheres, disse, também em entrevista para a Folha de S.Paulo, que as ações propostas pelo ministério terão recortes específicos. “Esse recorte por raça é prioridade para nossa gestão, tanto de mulheres negras, quanto indígenas e com deficiência. Por isso, estamos revisando todas as notas técnicas e fazendo adaptações para que o trabalho com essa população funcione melhor”, contou.

Parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para a criação de 40 Casas da Mulher Brasileira e a criação do Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio são algumas das propostas da pesquisa para ajudar a resolver os problemas apontados.

Fonte: Redação Nós
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