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Mulheres relatam método usado por empresário preso em PE por estupro: 'Rezei pra ele acabar'

Rodrigo Carvalheira foi preso na manhã desta quinta-feira, 11, no Recife

11 abr 2024 - 22h00
(atualizado às 23h40)
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Empresário Rodrigo Carvalheira é preso no Recife
Empresário Rodrigo Carvalheira é preso no Recife
Foto: Reprodução/Instagram

Duas das três mulheres que fizeram denúncias que resultaram na prisão do empresário Rodrigo Carvalheira, no Recife, por estupro, falaram pela primeira vez sobre os casos. Elas relataram um modo de atuar semelhante. O empresário, que se apresentava como amigo das três vítimas, oferecia uma droga em formato de comprimido para dopá-las e, então, se aproveitava das mulheres.

"Eu só tenho lembrança no outro dia, ele acordando em cima de mim. A única reação que eu tive foi pegar um travesseiro e colocar na cara dele. E fechei o olho, esperei e só rezei pra ele acabar e sair de cima de mim", conta uma das vítimas à TV Globo.

Essa mulher foi a primeira a denunciar. O caso vivido por ela aconteceu durante o carnaval de 2019. Na ocasião, o empresário Rodrigo Carvalheira foi até a casa da mulher para irem juntos para uma festa, já que os dois eram amigos.

"Assim que ele chegou na minha casa. Ao invés de pedir pra eu descer pra gente ir, ele subiu. Assim que ele chegou na minha casa, ele já estava com um copo de bebida na mão. Enfiou um comprimido na minha boca, que eu não vi nem a cor nem nada. Enfiou. E antes de eu poder pensar ou falar qualquer coisa ele já virou a bebida dele na minha boca", relembra.

Ela conta que Carvalheira teria dito que o comprimido era ecstasy. Depois disso, a mulher não tem mais lembranças da noite. Quando acordou e o homem saiu de cima dela, ela conta ter encontrado manchas de sangue em vários locais da casa.

"Eu só entendi o que aconteceu, de fato, depois de uns quatro dias, que eu fui conversar... pedir pra conversar com ele. E ele disse que a gente tinha transado em vários lugares da casa. Eu disse que tinha ficado muito triste com o que tinha acontecido, que ele sabia que eu não queria ficar com ele. Ele pediu desculpas", diz.

O crime de estupro prescreve? O crime de estupro prescreve?

A mulher afirma ainda que bloqueou a memória por algum tempo. Mas quando começou a fazer terapia, conseguiu levar o assunto para a psicóloga, e as lembranças voltaram a surgir. Ela só veio a tomar coragem para denunciar o caso porque o próprio Rodrigo estaria comentando o assunto com outras pessoas, para se defender da sua versão.

"Por ele estar me difamando pela cidade inteira, pessoas aleatórias vieram falar comigo dizendo que também tinham sido vítimas", diz.

"Eu era virgem"

A segunda a denunciar tinha 18 anos na época em que os fatos ocorreram. Ela, assim como a primeira, já conhecia Rodrigo Carvalheira e o considerava um amigo, a quem chamava pelo apelido de "Titela".

"Eu tava bebendo e tal. E aí ele chegou perto de mim e perguntou se eu queria ficar mais alegre pra curtir a festa. E eu era nova, e eu disse 'tá'", relembra. Depois de aceitar o comprimido, a mulher conta que começou a passar mal.

"Eu lembro que eu saí do banheiro e, quando eu saí, ele tava me esperando na porta. Aí eu: 'Titela, eu preciso ir pra casa'. E ele: 'Não, fique tranquila, eu te levo.' E na hora eu fiquei até aliviada", conta.

Carvalheira é empresário e político
Carvalheira é empresário e político
Foto: Reprodução/Instagram

Do caminho para casa ela já não se lembra de nada, e a história parece se repetir. "Eu acordei numa cama e tinha muito sangue. E eu olhei mais pra cima e eu vi que ele tava como se fosse no banheiro, na pia. E eu meio que não tava entendendo o que tava acontecendo", diz.

"E quando eu fui tomar banho foi quando eu vi o quanto eu tava machucada. Eu tava toda machucada. E eu realmente entendi o que tinha acontecido. Fiquei muito mal. Principalmente porque eu era virgem."

A mulher conta que decidiu confrontá-lo, mas, em reposta, recebeu deboche. "Ele disse: 'Fiz e faria de novo'".

O caso aconteceu em 2009, mas ela decidiu denunciá-lo apenas no final do ano passado, depois de saber que outras mulheres estavam no mesmo processo.

"Eu conhecia e confiava nele"

A terceira mulher a denunciar teria sido vítima do estupro aos 16 anos, em um caso que ocorreu em 2011. Ela não falou à emissora, mas a TV Globo obteve detalhes de seu depoimento. Nele, a mulher conta ter aceitado uma carona do empresário Rodrigo Carvalheira na saída de uma festa porque "conhecia e confiava nele".

Porém, ela contou que ele desviou o caminho e foi para um motel. A muher disse que não queria entrar, mas ele insistiu. Chegando lá, o empresário teria começado uma conversa e depois começou a tentar tirar sua roupa. Ela conta que ele forçou muito até conseguir consumar o ato.

Ainda à polícia, a mulher disse que percebia que ele tinha prazer em ver sua resistência ao ato sexual.

Fonte: Redação Terra
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