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Mutilação genital feminina afeta 200 milhões de mulheres: veja 16 fatos sobre a cruel prática

Ritual milenar, violento e doloroso ainda é praticado em muitos países, principalmente na África

6 fev 2023 - 05h00
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A ativista somali Waris Dirie, que foi mutilada aos 5 anos, conta sua história no livro "Flor do Deserto"
A ativista somali Waris Dirie, que foi mutilada aos 5 anos, conta sua história no livro "Flor do Deserto"
Foto: Wikimedia

A mutilação genital feminina (FGM, na sigla em inglês), um ritual violento e doloroso, ainda existe e atinge cerca de 200 milhões de mulheres, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). O dia 6 de fevereiro marca o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, data instituída pela ONU com o objetivo de sensibilizar a sociedade e erradicar a prática, que viola os direitos da mulher. 

Conheça 16 fatos sobre o assunto:

1 - Também conhecida como circuncisão feminina, a mutilação genital feminina é um ritual milenar em muitas religiões e culturas, sustentado pelo desejo de controlar a sexualidade feminina e perpetrar a diferença entre os gêneros.   

2 - A FMG se caracteriza pela remoção total ou parcial do clitóris e lábios, geralmente com uma lâmina e sem anestesia. A OMS descreve o ato como “um procedimento que fere os órgãos genitais femininos sem justificativa médica”.

3 - As mulheres podem ter sequelas graves na saúde sexual e reprodutiva decorrentes de infecções crônicas, além de levar à ausência do prazer sexual e problemas no âmbito da saúde mental. 

4 - Hoje, cerca de 200 milhões de mulheres no mundo foram submetidas a algum tipo de FMG.   

5 - Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da Resolução 67/146, intensificou os esforços globais para acabar com as mutilações genitais femininas e estabeleceu a data de 6 de fevereiro como o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. 

6 - Lançada em 2015, a Agenda 2030, um programa das Nações Unidas que visa reduzir as desigualdades sociais e a pobreza, inclui na Meta 5.3 os esforços para alcançar a igualdade de gênero e empoderar mulheres e meninas, combatendo todas as práticas nocivas, como as mutilações genitais femininas. 

7 - A ativista somali Waris Dirie é um rosto significativo na luta contra a FMG. Ela foi mutilada aos 5 anos e aos 13 saiu de casa para fugir de um casamento arranjado. Em Londres, um fotógrafo a descobriu e ela se tornou modelo internacional. Sua história é contada no livro “Flor do Deserto”, que também virou filme. 

8 - A mutilação genital feminina vem sendo realizada em meninas cada vez mais jovens. Por exemplo, no Quênia, a idade média para a prática caiu de 12 para 9 anos nas últimas três décadas.

9 - De acordo com a Unicef, uma tendência está em curso: uma em cada quatro meninas e mulheres que sofreram FMG foi submetida à prática por um profissional de saúde, o que indica um alarmante crescimento na medicalização da prática. 

10 - Hoje, uma menina tem cerca de um terço a menos de probabilidade de ser submetida à FMG do que há 30 anos. Porém, o ritmo desse processo precisa ser dez vezes maior para atingir a meta global de zero incidências até 2030. 

11 - Segundo as Nações Unidas, embora a mutilação genital feminina seja realizada principalmente em cerca de 30 países na África e no Oriente Médio, além de grupos na Ásia, também é vista na Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia devido à migração.   

12 - A mutilação genital feminina ainda é preponderante em alguns países. Por exemplo, em Djibouti, Guiné, Mali e Somália 90% das meninas são afetadas. 

 13 - A mutilação genital feminina é ilegal em vários países africanos onde a prática é endêmica. Por exemplo, no Sudão, onde nove em cada em 10 mulheres eram mutiladas. O ato se tornou ilegal em 2020. Porém, a fiscalização é fraca. 

14 - Países que ainda não instituíram lei contra a FMG incluem Chade, Libéria, Mali, Serra Leoa e Somália. 

15 - Mesmo sem proteção da lei, as meninas e mulheres que foram mutiladas ou correm esse risco não desejam que isso aconteça, variando de 83% a 93% em países como Gana, Brurkina, Nigéria, Faso, Iraque e Quênia, segundo relatório da Unicef. 

16 - No entanto, por questões culturais enraizadas nestas sociedades que praticam a mutilação genital feminina, as mulheres se sentem pressionadas a se submeterem à prática por medo de serem excluídas e até não se casarem por serem consideradas impuras.

Dia 6 de fevereiro marca o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, data instituída pela ONU, com o objetivo de sensibilizar a sociedade e erradicar a prática, que viola os direitos da mulher
Dia 6 de fevereiro marca o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, data instituída pela ONU, com o objetivo de sensibilizar a sociedade e erradicar a prática, que viola os direitos da mulher
Foto: iStock
Fonte: Redação Nós
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