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Na Assembleia da ONU, 17 países africanos se abstêm sobre a guerra: veja como votaram

Resolução aprovada na Assembleia-Geral das Nações Unidas pede fim da guerra; das nações africanas que votaram pela aprovação do documento, 17 decidiram se abster e a Eritreia foi a única que votou contra

4 mar 2022 - 16h43
(atualizado às 18h31)
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Imagem mostra exército da Ucrânia.
Imagem mostra exército da Ucrânia.
Foto: Imagem: Reprodução/ Poder 360 / Alma Preta

Na última quarta-feira (2), foi aprovada uma resolução pela Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) - em reunião de caráter emergencial -que condena a invasão russa contra a Ucrânia. Dentre os 181 países que votaram na reunião a favor ou contra a medida, grande parte das abstenções foram de países africanos.

Entre as nações que se abstiveram da decisão, 17 são africanas. Foram Argélia, Angola, Burundi, República Centro-Africana, Congo, Guiné-Equatorial, Madagascar, Mali, Moçambique, Namíbia, Senegal, África do Sul, Sudão do Sul, Sudão, Uganda, Tanzânia e Zimbábue.

O documento da resolução pede o fim da guerra no Leste Europeu e a retirada imediata das tropas russas na Ucrânia. A Eritreia foi o único país africano que abertamente votou contra a minuta, juntando-se à decisão também tomada por Belarus, Coreia do Norte, Síria e a própria Rússia.

Para a aprovação do texto, foi necessário a decisão favorável de dois terços dos países votantes. Dentro dos 141 países que votaram a favor, estavam 28 nações africanas, como Quênia, Gabão e Gana, três países que fazem parte do colegiado do Conselho de Segurança da ONU.

Painel de votação dos países sobre resolução contra guerra na Ucrânia | Crédito: Reprodução/ Youtube ONU

Justificativa dos votos

Durante a sessão da Assembleia-Geral, a representante permanente da África do Sul nas Nações Unidas, embaixadora Mathu Joyini justificou a abstenção de seu país por considerarem que a resolução não cria um ambiente propício à diplomacia, ao diálogo e à mediação.

"As Nações Unidas, portanto, devem tomar decisões e ações que levem a um resultado construtivo que conduza à criação de uma paz sustentável entre as partes. Embora concordemos e apoiemos os esforços envidados pelos Estados-Membros para chamar a atenção da comunidade internacional para a situação na Ucrânia, a África do Sul considera que deveria ter sido dada maior atenção à aproximação das partes ao diálogo", declara.

Ainda de acordo com a embaixadora, para a África do Sul, o texto em sua forma atual poderia criar uma divisão mais profunda entre as partes, em vez de contribuir para a resolução do conflito e explica que o país africano preferia um processo aberto e transparente para negociar a resolução.

"Entende-se que uma das causas profundas do conflito está relacionada às preocupações de segurança das partes. Isso deveria ter sido abordado na resolução", pontua.

As alegações de racismo e de tratamento discriminatório dirigido a refugiados africanos desde o início da guerra também foram um dos pontos de justificativa na votação. Durante pronunciamento, representante da Eritreia, Amanuel Giorgio, disse ser contrário à "internacionalização do território e imposição de sanções unilaterais que podem escalar a situação e deploram o diálogo internacional".

Além disso, o representante do país pontuou os problemas que cidadãos africanos estão enfrentando ao tentarem sair da Ucrânia e reforçou querer "ver que as portas da diplomacia continuam abertas".

Leia mais: Embaixadas africanas fazem apelo à Rússia para retirada de estudantes da Ucrânia

Alma Preta
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