Namorado de jovem morta na Rocinha é preso suspeito pelo crime após exames periciais
Jenifer foi encontrada na cama da casa em que morava com o namorado, com um tiro no peito; ele tentou alegar que a vítima cometeu suicídio
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Gabriel Oliveira Leal, de 22 anos, foi preso por policiais civis da 11ª DP neste sábado, 23, por suspeita de ter matado a namorada Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos. Ele foi capturado em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O crime ocorreu no 28 de agosto, na Rocinha, onde o criminoso e a namorada viviam. Jenifer foi encontrada na cama da casa com um tiro no peito. Inicialmente, Gabriel tentou alegar que a jovem havia se matado.
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"Inicialmente, acreditava-se tratar de um suicídio, já que o suspeito alterou o local do crime para evitar ser responsabilizado. Em depoimento, na época, ele reforçou essa versão", disse a Polícia Civil, por meio de nota.
No entanto, a polícia informou que a perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), demonstrou que a vítima havia sido assassinada. Com as provas técnicas, a autoridade policial à frente do caso fez o pedido de prisão do investigado.
Contra ele, foi cumprido mandado de prisão por feminicídio, fraude processual e posse ilegal de arma de fogo. O suspeito permanece à disposição da Justiça.
Família já apontava namorado como suspeito
A avó da jovem, Thania Leandro Paes, disse em entrevista à TV Globo que o homem teria ligado para a mãe de Jenifer dizendo: "Vai buscar tua filha, que ela tá morta", após cometer o crime.
"Ela era uma menina bonita, trabalhadora, estudiosa. Eu criei ela até os 12 anos. Ele espancava ela, batia nela, mas a gente não sabia de nada! A última vez que ela falou com o pai foi para pedir dinheiro dizendo que estava passando fome", contou a avó Thania.
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Segundo familiares e amigos, Jenifer era mantida em cárcere privado, mas a situação só foi revelada depois que uma amiga dela desconfiou do sumiço da jovem. "Ele deixava ela trancada, mantinha em cárcere privado, sem celular, sem uma televisão, sem geladeira, sem contato. Ele deixava ela com fome. Ela anotava tudo que ela passava em um caderno, era só isso que ela tinha. Foi a amiga dela que ajudou a gente a encontrar onde estava o corpo, ela que achou. Ela não tinha a liberdade de conversar com ninguém. Uma vez ela contou para o pai que ele [o namorado] tinha batido nela, e ela estava com a cabeça machucada. Todos dissemos que ela podia voltar para a nossa casa, ficar com a gente", relatou a avó durante o enterro da neta.
Relembre o crime
De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, segundo o comando da UPP Rocinha, o setor de inteligência da unidade recebeu informações sobre uma ocorrência de homicídio no interior da comunidade já no período vespertino do último dia 29. "Cabe ressaltar que não houve nenhuma solicitação aos agentes da Unidade de Polícia Pacificadora. A ocorrência ficou a cargo da 11ª DP", diz a nota.
De acordo com a 11ª DP (Rocinha), na ocasião o namorado da vítima foi ouvido e passou pelo exame residuográfico.
Um dia após o crime, o vídeo divulgado pelo SBT mostra o suspeito de matar a namorada com as mãos amarradas, saindo de uma van da Rocinha. Ele era conduzido por um policial, após supostamente ter sido espancado por traficantes da comunidade.
Segundo fontes informaram à emissora, Gabriel foi encaminhado pela polícia para um hospital e chegou a ficar em observação. Ele teria sido caputrado pelo tribunal do crime por traficantes, que o espancaram e o colocaram em uma van, para que fosse levado da comunidade da Rocinha.
No dia, Gabriel ficou ferido, teve os dois braços quebrados e apresentou escoriações no rosto. A arma e o celular dele foram apreendidos pela polícia.
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