"Não tinha carinha de menina": Cuca deu detalhes de vítima e minimizou Caso de Berna
O Terra encontrou a entrevista que o atual técnico do Corinthians concedeu para o 'Jornal dos Sports' em 1989, ano em que foi condenado
O caso de estupro de uma criança de 13 anos voltou à tona nos últimos dias com a chegada de Cuca ao Corinthians. Em coletiva de apresentação, o técnico corinthiano se declarou inocente e disse que lembrava vagamente de alguns momentos da época. No entanto, em entrevista para o Jornal dos Sports, em 1989, o então jogador do Grêmio minimizou o caso e até detalhou características da vítima.
Cuca foi acusado e condenado junto com mais três colegas do Grêmio por envolvimento no abuso de uma adolescente. Ele chegou a ser condenado a 15 meses de prisão, além de pagamento de multa. Questionado sobre o episódio, ele disse que amava a família e não tem envolvimento com o crime.
"Não falo sobre Berna. Já me machucaram demais. Todos me acusam, sem dar crédito às minhas palavras. Eu amo a minha esposa e minha filhinha. Estou sufocado por isso, e não adianta mais falar no assunto. Trabalho para tirar o que for melhorar para a minha família", afirmou na época.
O treinador, que na época do crime tinha 26 anos, revelou o nome da criança e afirmou que ela não parecia ter apenas 13 de idade. O técnico ainda afirmou que a relação teria sido consentida.
"A tal menina, a Sandra Pfaffli era do tamanho de um armário e não tinha carinha de menina, não. Ela subiu para fazer sexo com um de nós no apartamento. O nome, reservo-me o direto de omiti-lo. Estavam em pleno ato quando apareceu o pai dela e armou todo aquele escândalo. A partir daí, foram dias e noites infinitas. Estava há cinco dias no Grêmio e com um contrato de cinco meses a cumprir. Pensei que estivesse tudo acabado para mim, embora tivesse consciência tranquila. Quando soube da repercussão do caso na imprensa brasileira, aí mesmo é que me desesperei", declarou na época.
Cuca se mostrou incomodado com uma reportagem da Revista Veja, que na época publicou uma matéria acusando o então jogador como culpado no caso.
"Os repórteres dessa revista ficaram dois dias na casa dos meus pais, em Curitiba. Comeram, beberam e afagaram eles, para no final publicarem uma imagem monstruosa a meu respeito, como se fossem donos da verdade. Me julgaram e condenaram sem ao menos saberem dos fatos concretos", disse.
Para o agora técnico do Timão, tudo não passou de uma grande armação, muito por ter sido um fato que aconteceu em outro país. Cuca classificou a decisão do juiz como "patriotada".
"Foi uma tremenda patriotada do juiz. Foi uma grande armação. Pelo que eu soube através do advogado do Grêmio, o pai da garota estava separado da mãe e queria argumentos para brigar com a filha na Justiça.
Entenda a acusação contra Cuca
O crime aconteceu em 1987, durante viagem do Grêmio pela Europa. Na época, o agora técnico era jogador do Grêmio e foi acusado de estuprar Sandra Pfäffli, na época com 13 anos. Além de Cuca, os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi foram acusados do crime, que aconteceu em Berna, na Suíça.
Os quatro jogadores ficaram presos por quase 30 dias. Eles voltaram para o Brasil depois de encerrada a fase de instrução processual, quando já tinham prestado depoimento por mais de uma vez. A condenação aconteceu dois anos mais tarde.
A acusação se transformou em condenação em 1989, mas não por suposto estupro. Os atletas foram acusados de violência sexual contra pessoa vulnerável, já que a menina tinha 13 anos na época. Cuca e os demais jogadores do Grêmio foram condenados a 15 meses de prisão, porém, ele nunca cumpriu a pena, pois o Brasil não extradita seus cidadãos.