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No Brasil, 84,5% das pessoas têm preconceito contra mulheres

Direito à decisão de querer ou não ter filhos é o principal preconceito apontado em estudo realizado pela ONU com entrevistados de 80 países

12 jun 2023 - 13h09
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Cerca de 90% das pessoas em todo o mundo, não importa o sexo, tem algum tipo de preconceito contra as mulheres
Cerca de 90% das pessoas em todo o mundo, não importa o sexo, tem algum tipo de preconceito contra as mulheres
Foto: Freepik

Divulgada nesta segunda-feira (12), uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresenta dados alarmantes sobre o sexismo no Brasil e no mundo. Feito em 80 países e abrangendo mais de 85% da população mundial, o levamento mostra que quase 90% das pessoas em todo o mundo, não importa o sexo, tem algum tipo de preconceito contra as mulheres. Preconceitos esses que, conforme os dados, legitimam violências físicas e psicológicas.

O estudo do PNUD analisou quatro dimensões sobre preconceito de gênero em que meninas e mulheres enfrentam desvantagens e discriminação. São elas: integridade física, educacional, política e econômica.

No Brasil, 84,5% das pessoas têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres de acordo com a pesquisa. Em 2012, o número de brasileiros que não tinha preconceito era de 10,2%, um avanço de cinco pontos percentuais. O Brasil apresentou resultados semelhante a países como a Guatemala, Bielorússia, Romênia, Eslováquia, Trinidad, Tobago, México e Chile.

Os piores indicadores no país são em relação à integridade física, que levam em conta a violência íntima e o direito à decisão de querer ou não ter filhos: 75,56% dos homens têm esse preconceito no Brasil, e 75,79% das mulheres também têm.

A educação tem o menor índice de preconceito: apenas 9,59% dos entrevistados acreditam que a universidade é mais importante para homem do que para a mulher. No entanto, quando se fala em mercado e carreira, para 31% dos brasileiros os homens teriam mais direito ao trabalho do que as mulheres ou homens fazem melhores negócios do que as mulheres.

Na dimensão política, 39,91% das pessoas revelaram preconceito de gênero e acreditam que mulheres não são tão boas políticas como os homens ao desempenharem a função. Além disso, também acreditam que as mulheres possuem menos direitos do que os homens.

Cenário mundial

Segundo o relatório, mais de um quarto da população mundial acredita que é justificável um homem bater em sua esposa. Cerca de 87% das mulheres e 90% dos homens de todo o mundo, apresentaram pelo menos um preconceito de gênero nas dimensões analisadas, que para os pesquisadores são áreas consideradas fundamentais para defender os direitos das mulheres e garantir igualdade social e econômica.

Especialistas do PNDU concluíram que apesar das campanhas globais pelos direitos das mulheres nos últimos anos, como a #MeToo, o número de pessoas que têm preconceito contra as mulheres quase não diminuiu na última década. Para melhorar os índices, o estudo aponta a necessidade de ações como fortalecimento dos sistemas de proteção e assistência social que atingem as mulheres, promoção da inclusão financeira para geração de renda a longo prazo, combate à desinformação de gênero e ao discurso de ódio e investimento em leis e medidas que promovam a igualdade das mulheres na política.

Fonte: Redação Nós
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