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NostroMondo: a primeira boate LGBTQIA+ do Brasil que surgiu durante a ditadura militar

A casa noturna foi fundada em 1971 e encerrou as atividades em 2014, sendo a boate LGBTQIA+ mais longeva da América do Sul

23 jul 2024 - 05h00
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A NostroMondo fazia doações para instituições de caridade e causas socias, além de ajudar pessoas com AIDS
A NostroMondo fazia doações para instituições de caridade e causas socias, além de ajudar pessoas com AIDS
Foto: Imagem de freepik

A advogada trans Condessa Mônica, como era conhecida, decidiu criar uma casa noturna para gays em São Paulo, após tomar conhecimento da Revolta de Stonewall, manifestação da comunidade LGBTQIA+ contra a repressão policial em Nova York, nos Estados Unidos, em 1969. 

Inaugurada em 30 de abril de 1971, a casa noturna era chamada, inicialmente, de "Top Room", e foi registrada como um bar, apesar de ser uma boate. Como o espaço surgiu durante a ditadura militar, não era recomendado usar o termo "boate" nos registros de documentos públicos. O local ficou conhecido como a primeira boate gay do Brasil. 

O sucesso do estabelecimento abertamente LGBTQIA+ foi imediato, funcionando apenas aos sábados no início. Em pouco tempo, o espaço se tornou uma das boates mais populares de São Paulo e recebeu shows de diversos artistas, também dando espaço para novos talentos. A casa noturna, então, mudou o nome para "Nosso Mundo". 

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Um tempo depois, a boate recebeu uma autorização do juiz da Comarca de Cerqueira César, que era amigo de Condessa Mônica, para o espaço começar a funcionar em dias úteis e aos finais de semana.

Mais tarde, a fundadora da boate fez uma homenagem ao amigo juiz, que tinha descendência italiana, mudando o nome do estabelecimento para NostroMondo. O novo nome não agradou o público de imediato, que passou a aceitar ao longo dos anos.

A NostroMondo fazia doações para instituições de caridade e causas socias, além de ajudar pessoas com AIDS. Ela se tornou não apenas um lugar para a comunidade LGBTQIA+ se divertir, mas também se apoiar e inspirar uns aos outros.

Condessa Mônica faleceu em 1989, aos 47 anos, vítima da AIDS. A casa, então, começou a ser dirigida por Hugo Lima, passando por vários donos até encerrar as suas atividades em 2014, sendo a boate LGBTQIA+ mais longeva da América do Sul, com 43 anos de duração.

Fonte: Redação Nós
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