Novas vítimas denunciam pai de santo preso em BH por abuso sexual

Na última segunda-feira, 10, mais três vítimas denunciaram um pai de santo por abuso sexual durante rituais de purificação. O acusado, um homem de 59 anos, foi preso no último dia 5 de abril e está sendo investigado por estupro dentro do centro em que atuava em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

As primeiras vítimas do acusado foram as três enteadas, que procuraram o Departamento Estadual de Investigação, Proteção e Orientação à Família (Defam) para denunciar os casos. 

Notícias relacionadas

Adolescente é encontrada morta com sinais de espancamento e estupro; padrasto e mãe são presos

5 pontos fundamentais para entender a cultura do estupro

Quem é o surfista brasileiro que agrediu americana em Bali

Uma das novas vítimas, uma mulher de 31 anos, contou em entrevista ao Portal Itatiaia que começou a frequentar o terreiro em 2019, como visitante, e que os primeiros abusos ocorreram durante o seu processo de iniciação em 2020. Segundo a vítima, os abusos aconteceram durante os  “banhos espirituais”, que a mesma acreditava ser comum.

“Quando eu entrei o culto era normal, depois as coisas começaram a acontecer. Alguns abusos ocorreram durante os banhos, que ele alegava que serviam como limpeza espiritual", afirmou a mulher.

Uma outra vítima, de 28 anos, que também realizou denúncia na última segunda-feira, contou que, durante os banhos coletivos de purificação, todos ficavam virados para a parede. Mas, quando o banho era feito apenas com o suspeito, as vítimas precisavam ficar de frente para ele, nuas.

“Ele usava da minha fé para que aquilo continuasse, sempre buscou transformar aquilo em algo natural. Eu me sentia refém dos rituais dele.”

A delegada responsável pelo caso, Larissa Mayerhofer, explicou que o homem se valia do posto religioso e de intimidações para cometer os crimes. Segundo uma das denunciantes, que não quis se identificar, cerca de quatorze mulheres já denunciaram o pai de santo. 

“A gente sabe que são 14 vítimas pelo menos, mas é muito difícil se abrir sobre isso, mesmo que estejamos oferecendo acolhimento”, disse em entrevista ao Portal Itatiaia.