"O marido da amante dele me ligou", diz médica que denunciou filho de Lula por violência doméstica
Natália Schincariol, de 29 anos, conseguiu uma medida protetiva contra Luís Cláudio Lula da Silva, que não pode se aproximar dela
Natália Schincariol registrou um boletim de ocorrência contra o ex-namorado, Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente Lula, por violência doméstica e psicológica. Ela também conseguiu medida protetiva contra ele.
A médica Natália Schincariol, de 29 anos, registrou um boletim de ocorrência contra o ex-namorado, Luís Cláudio Lula da Silva, de 39 anos, filho do presidente Lula, por violência doméstica e psicológica. Ela falou sobre as traições do ex-companheiro e o machismo. "Pode ser que já tivesse traição antes, mas só descobri agora e tudo de uma vez. Ele sempre foi machista, mas como era um machismo sutil, discreto, mascarado, eu achava que era coisa da minha cabeça", disse ao UOL.
A médica denunciou ter sido vítima de agressões "de natureza física, verbal, psicológica e moral". Em janeiro deste ano, o ex-casal brigou e ela levou "uma cotovelada na barriga", de acordo com o boletim de ocorrência. A agressão aconteceu quando Natália estava verificando possíveis traições no celular de Luís, que usou o cotovelo para que ela soltasse o celular. A médica também foi chamada de vagabunda, louca e doente mental.
"Até que o machismo se tornou explícito. Duas ex-namoradas me procuraram para me avisar que ele não era o que parecia ser, mas eu o amava tanto que fiquei cega", contou.
Traição recente
Natália descobriu uma traição recente de Luís Claudio através de uma ligação. "O marido da amante dele me ligou do Amazonas. Me contou que precisou fazer uma cirurgia de hérnia, às pressas, e depois descobriu que, enquanto estava internado no hospital, a mulher tinha traído ele com o Luís na cama do casal. Agora, somos nós dois os traídos em sofrimento."
Ela afirma que tentou perdoar as traições, mas não conseguiu. O casal se conheceu em 2022 e, segundo Natália, o homem que ela conhecia mudou com a possibilidade do pai ser novamente o presidente da República. "Subiu na mente [à cabeça] o fato de o pai virar presidente. Mas é aquela frase: quer conhecer o caráter de um homem, dê a ele poder", disse ao UOL.
Natália citou no boletim de ocorrência que Luís teria mantido relações sexuais com outras mulheres sem proteção. "Ele contraiu infecção e me expôs em risco conscientemente. Ainda bem que sempre me preveni com preservativos", disse.
Ela afirmou ter sido pressionada pelo ex-namorado a não denunciar as agressões, pois não iria acontecer nada com ele por ser filho do presidente da República.
Medida protetiva
Na quarta-feira, 3, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu medida protetiva à medica, determinando que Luís Cláudio não se aproxime dela e deixe o apartamento onde morava com a ex-companheira.
"O imóvel é nosso, metade — metade. Desde que ele fez tudo isso comigo, estava disposta a comprar a parte dele. Fiz diversas propostas e assim [eu pudesse] me libertar. Ele não aceitou. Cheguei até oferecer pagar uma locação para ele sair do imóvel. Solicitei incansavelmente que ele saísse", disse Natália ao UOL.
Luís não pode frequentar os mesmos lugares que Natália, como trabalho, templos religiosos e ambientes de estudos. Caso ele queira retirar seus pertences do apartamento, ele deve estar acompanhado de um oficial de Justiça ou enviar uma pessoa indicada por ele, e com a supervisão de Natália.
Defesa de Luís Cláudio
Em nota publicada nas redes sociais, a defesa de Luís Cláudio disse que as alegações são "inverídicas e fantasiosas".
"Na condição de advogada de Luís Cláudio Lula da Silva, tomamos conhecimento das fantasiosas declarações que teriam sido proferidas pela médica, atribuindo aos nosso cliente inverídicas e fantasiosas agressões, cujas mentiras são enquadráveis nos tipos dos delitos de calúnia, injúria e difamação, além de responder por reparação de danos morais, motivos pelos quais serão tomadas as medidas legais pertinentes
Em caso de violência contra a mulher, denuncie
Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.
Saiba mais sobre como denunciar aqui.