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O que é stealthing, prática em que Justiça liberou aborto em São Paulo

Prática pode ser interpretada como crime de violação sexual mediante fraude.

19 mar 2025 - 17h10
(atualizado às 20h24)
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Pacote de preservativo aberto sobre uma mesa
Pacote de preservativo aberto sobre uma mesa
Foto: Ann-Marie Utz/picture alliance via Getty Images / Getty Images

Nesta quarta-feira, 19, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que casos de gravidez causados por "stealthing" são passíveis de aborto legal.

O que é stealthing?

A prática se dá quando, durante a relação sexual, o homem retira, sem consentimento da mulher, o preservativo. Essa ação é considerada uma forma de violação da confiança e pode ser caracterizada como uma violação sexual mediante fraude.

A palavra "stealthing" vem da língua inglesa e pode ser traduzida livremente como furtivo. Apesar de a relação ter iniciado de forma consentida, um crime de stealthing pode ser interpretado como estupro, explica o Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Grupo de camisinhas dentro da embalagem sobre a mesa
Grupo de camisinhas dentro da embalagem sobre a mesa
Foto: Artur Widak/NurPhoto via Getty Images / Getty Images

O crime é previsto no artigo 215 do Decreto-Lei 2.848 e pode levar à reclusão de 2 a 6 anos.

A liminar (decisão provisória) foi concedida em resposta a uma ação popular movida pela Bancada Feminista do PSOL, por meio dos mandatos na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), referente à denuncia feita pela Folha de S.Paulo que o Centro de Referência da Saúde da Mulher tem recusado realizar o aborto legal em casos como esse.

Quando o aborto é legal? 

O aborto só é considerado uma prática prevista por lei em casos de gravidez decorrente de estupro, quando há risco de vida à gestante ou quando há um diagnóstico de anencefalia do feto.

A juíza responsável pelo pedido indica que os casos de stealthing sejam interpretados como estupro.

O procedimento deve ser oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) de forma totalmente gratuita. 

Fonte: Redação Terra
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