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O que há por trás do preconceito com as religiões afro-brasileiras?

Segundo o historiador Tadeu Mourão, o surgimento da opinião de muitas pessoas atualmente começa no passado; entenda

3 jun 2024 - 11h30
(atualizado em 4/6/2024 às 10h23)
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Não podemos negar que há muito preconceito com as religiões afro-brasileiras na nossa nação. O recente episódio com o clipe da cantora Anitta é um dos muitos exemplos. Para entender como se dá essa visão, pedimos para o historiador Tadeu Mourão explicar, e tudo começa no passado. Confira:

Século XIX

De acordo com o especialista, o Brasil foi majoritariamente católico por muito tempo. Até o século XIX, esta crença era a mais aceita na sociedade. A partir do século XX, várias denominações evangélicas começam a se multiplicar e uma visão para com outros tipos de religiões fica ainda mais solidificada.

"Quando o assunto é religião, no Ocidente, e aqui no Brasil, se depara com uma concepção de mundo em que 'o meu Deus existe, a minha religião é verdadeira, e a de todo mundo é falsa e demoníaca'. Esse tipo de pensamento está junto com a grande maioria das instituições cristãs ocidentais", conta.

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Racismo

No caso das religiões afro-brasileiras, também há o racismo, e Mourão atribui a alguns fatores: "Primeiro, pelo tamanho que elas têm, pelo número de pessoas que fazem parte delas. Segundo, por serem religiões negras. O racismo vai ter sempre um peso fundamental para entender porque essas religiões são perseguidas".

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Cultura

Este aspecto também está presente em manifestações culturais da negritude, tal como a capoeira, o samba e o funk. "Todas essas produções das culturas negras sofreram perseguição, mas todas elas têm algo em comum. Em algum momento, geram atração da classe média branca, que passa a querer consumi-la. Com isso, eles fazem adaptações para encaixar dentro de um padrão, que vai ser aceito por essa classe média branca", explica.

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