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“O seu filho tem mongolismo e isso não tem cura"

Eduardo, hoje com 31 anos, casado e graduado em Educação Física, contrariou por completo a previsão do pediatra que o trouxe ao mundo

21 mar 2022 - 13h31
(atualizado em 25/3/2022 às 14h32)
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Neuza foi mãe de um garoto com síndrome de Down nos anos 90 e desde então se tornou uma ativista da causa da pessoa com deficiência
Neuza foi mãe de um garoto com síndrome de Down nos anos 90 e desde então se tornou uma ativista da causa da pessoa com deficiência
Foto: Arquivo Pessoal

Neuza da Cruz Leite só descobriu que seu filho tinha síndrome de Down ao dar à luz, em 14 de janeiro de 1991, em Porto Alegre. A notícia foi dada pelo próprio pediatra que acompanhou a gestação, da pior maneira possível: “o seu filho tem mongolismo e isso não tem cura. O que você pode fazer por ele é dar alimentação, amor e ficar com a certeza de que nunca soltará da bainha da sua saia”. 

A atitude do profissional foi o pontapé inicial para que ela buscasse caminhos para viabilizar uma vida de autonomia e independência para o filho, Eduardo Leite Bedin, hoje com 31 anos.

Filho de funcionários públicos, Eduardo teve o privilégio de receber estimulação precoce, fazer acompanhamento de fonoaudiologia e psicopedagogia desde a primeira infância. Apesar disso, Neuza enfrentou as dificuldades da inclusão escolar e esbarrou com todos os tipos de preconceitos, que ainda não levavam o nome de capacitismo.

Contrariando a previsão do médico, Dudu viveu a sua vida e não a da mãe. Fez graduação em educação física, é um profissional registrado no CREF 2 (Conselho Regional de Educação Física do RS), e atua como auxiliar voluntário em projetos esportivos de judô.

Eduardo é o primeiro aluno com Síndrome de Down licenciado em Educação Física, pela UNOPAR Polo Rosário do Sul (RS),
Eduardo é o primeiro aluno com Síndrome de Down licenciado em Educação Física, pela UNOPAR Polo Rosário do Sul (RS),
Foto: Arquivo Pessoal

Em 2019, se casou com a musicista Florença Sanfelice - também uma pessoa com síndrome de Down – que, além do canto, toca violino e violão. Para a lua de mel, escolheram conhecer o Rio de Janeiro.

O casal vive em seu próprio apartamento, tocando as atividades da vida diária no seu ritmo e com supervisão. Fugindo de qualquer estereótipo, Dudu e Florença são pessoas e não deficiências. Ambos possuem características e demandas diferentes, mas são donos de uma vida ativa.

Casal se conheceu em 2017, na formatura de Eduardo, quando Florença foi tocar violino na cerimônia
Casal se conheceu em 2017, na formatura de Eduardo, quando Florença foi tocar violino na cerimônia
Foto:

Dudu sonha com um trabalho efetivo na sua área de formação.

"Falta de incentivo e oportunidade, mas não há nada que a síndrome de Down me impeça de fazer".

21 de Março

Nesta segunda (23), é comemorado o Dia Internacional da síndrome de Down e, pela primeira vez, o Brasil incluiu a celebração no calendário nacional. A lei 14.306 que instituiu a data nacional foi sancionada no último dia 03 de março de 2022.

O Dia Internacional da síndrome de Down foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de março, porque esta data se escreve como 21/3, o que faz alusão à trissomia do 21. A data serve para dar visibilidade à causa e celebrar a vida das pessoas com síndrome de Down.

Fonte: Redação Nós
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