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Claudia Leitte desonra o gênero musical que a fez conhecida

Ao mudar a letra da música para não saudar Iemanjá a cantora peca por religiosidade

20 dez 2024 - 16h04
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Evangélica, Claudia Leitte trocou a letra da música que fala de um orixá
Evangélica, Claudia Leitte trocou a letra da música que fala de um orixá
Foto: Reprodução: Instagram/claudialeitte

Durante uma apresentação a cantora Claudia Leitte mudou a letra da canção “Caranguejo”. Em determinado momento da canção a artista trocou as palavras “saudando a rainha Yemanjá” para “eu canto meu rei Yeshua”, que significa Jesus em hebraico. Tal postura fez com que muitas pessoas ficassem chateadas com a cantora, até porque não é a primeira vez que isso acontece. Em fevereiro deste ano, durante outro evento, Claudia fez a mesma mudança e à época os mesmo questionamentos sobre a postura dela também geraram polêmica. 

Muito antes de ser um gênero musical, Axé, que vem do yoruba àse, já era palavra do cotidiano das pessoas de religião que tem sua matriz na África. Axé no candomblé é a energia vital que rege tudo e todos que existem na natureza, pode criar, transformar e movimentar a vida permitindo que tudo tenha sentido. Eu não sou de religião de matriz africana, um estudioso saberá destrinchar essa palavra muito melhor do que eu, mas se eu digo que alguém tem Axé, eu quero dizer que aquela pessoa tem respeito, postura.

Ouvindo as primeiras músicas que a posteriori iriam ser chamadas de Axé, dá para perceber tranquilamente a influência dos atabaques, agogô e outros instrumentos presentes do candomblé. E não é só o Axé que surge daí não, samba, pagode, pogodão baiano, entre outros, tem muita base, sobretudo na percussão, nos batuques dos terreiros.

Não é novidade que no Brasil tudo que é de origem negra e africana é criminalizado. Essa perseguição é totalmente fundamentada no cristianismo. Tem igrejas até hoje que proibem os fiéis de comer acarajé, abará, caruru e vatapá, não é em toda aula de capoeira que crente vai e se falar de religião então, aí que as coisas pioram. Nada é tão perseguido pela maioria dos evangélicos como as religiões de matriz africana. Bater na esposa, adultério e outras coisas nesse sentido, não passa perto do julgamento sofrido por uma pessoa de terreiro.

Não por acaso, Claudia Leitte é evangélica. Ela é a cantora que em um momento árduo vivido pela população brasileira, lá pelos meados de setembro de 2022, postou um vídeo onde tinha um abajur em forma de arma e uma bíblia. O que esperar de uma pessoa dessa? Ela está entregando exatamente o que vem prometendo há anos. Não dá mais para continuar dando audiência para esse tipo de postura dela, e de outros que pensam desse mesmo modo. Quanto mais a gente divulga esse tipo de comportamento, mais pessoas que pensam como ela irão se identificar e possivelmente ela ganhará mais seguidores e admiradores. Gera uma mídia espontânea, por coincidência ou não, logo quando estamos nos aproximando do carnaval.

Problema de toda e qualquer religião é quando seu fiel fica "bitolado". Seja evangélica, mas cantar a música certa não diminuirá sua fé, seja evangélico, mas fazer passinho de pagode não mitiga seu amor por Deus. Seja evangélico, mas não ache que o desrespeito a outras vivências é validado em nome de Jesus.

Cantar um trecho porque tem uma saudação a Iemanjá não pode, mas cantar no carnaval, festa profana, cheia de brincadeiras bobas e gostosas, aí pode? Por que será, né? Será que é porque movimenta muita grana? Por que não deixa de cantar em festas que vendem bebidas alcoólicas, cigarro e outras coisas mais, e não se dedica ao gospel? Não cantar trecho de música é fácil, quero ver amar o próximo como a si mesmo e abdicar de cachê grande em eventos que tem dezenas de pecados por metro quadrado.

Fonte: Redação Nós
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