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Existe grande diferença entre Trump e Kamala para o sul global?

O modus operandi dos Estado Unidos parece ser algo linear que tem sutis mudanças com as trocas presidenciais

9 nov 2024 - 18h00
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Montagem: Kamala Harris e Donald Trump
Montagem: Kamala Harris e Donald Trump
Foto: Getty Images

Donald Trump foi eleito presidente dos EUA nesta semana. Ele venceu Kamala Harris com 50.7% dos votos. Trump representa tudo que pessoas como a maioria de nós combatemos, ele é estereótipo do homem branco bilionário que faz questão de menosprezar as lutas por igualdade e respeito. Ele deixa isso muito bem estabelecido não só no seu discurso, mas também na sua forma de governar.

Sendo bem sincero, eu não vejo com bons olhos os Estados Unidos como um todo. Acredito que a forma deles pensarem a globalização é do ponto de vista do colonizador, usurpador, bem parecido com os Europeus. Vocês não estão entendendo errado. Eu penso que o que os EUA fazem em países africanos e do oriente médio hoje em dia, segue a mesma lógica do que os portugueses fizeram no Brasil e os espanhóis com os demais países da américa latina. Eles utilizam da comunicação para passar uma ideia de que estão indo salvar os países dos tiranos, quando na verdade querem os recursos naturais da região, montar bases militares perto de países que não se curvam a eles e impedir revoluções que visam acabar com os desmandos de nações do norte do globo.

Com todo respeito aos fãs do Obama, mas o que ele fez com a Líbia durante sua gestão presidencial foi crime. Sempre o mesmo papo de que Muamar Khadafi era tirano, ele no poder a Líbia seria um problema, que a intervenção “americana” salvou incontáveis vidas, que a ação dos EUA será limitada e outras coisas nesse sentido, a mesma coisa que falam para invadir dezenas de países. Anos depois ele veio dizer que errou na Líbia, que deveria ter acompanhado de perto após a intervenção, que faltou planejar o futuro do país, mas fato é que até ataque sem autorização do congresso aconteceu no seu mandato. E eu acredito também que independente de quem estivesse sentado na cadeira do Obama naquele momento as decisões seriam as mesmas. Os EUA seguem uma lógica colonizadora e capitalista que é dependente da indústria bélica e de explorar recursos de outras regiões, principalmente o petróleo. Na política interna, para o povo preto e pobre dos Estados Unidos eles fez um bom governo? Acredito que sim, mas também imagino que foi durante o governo dele que o golpe foi financiado. Quando Dilma, lá em 2013, encaminhou projeto que destinava recursos dos royalties do pré-sal à educação, o Tio Sam teve que agir.

Acredito que ao que tange política interna o cidadão progressista estadunidense perde muito. Por mais que a Kamala tenha um histórico de decisões controversas enquanto promotora e procuradora geral, nem de longe tem a postura tirana de Trump. Ela aparenta ficar do lado de minorias em muitas situações, como quando foi contra a pena de morte e endureceu com grandes bancos que tentavam hipotecar casas de maneira abusiva. Penso também que para o povo dos Estados Unidos seria uma representatividade bacana ter uma mulher negra no poder. Trump mal foi eleito e o exército já tem 11 milhões de imigrantes na mira, então é uma outra lógica ao que tange direitos humanos.

Existem outras nuances que diferenciam Donald e Harris. Coisas que os diferenciam muito como a preocupação do meio ambiente, já que Trump é negacionista da questão, e coisas que os diferenciam pouco como a forma de lidar com a China, Rússia e o BRICS como um todo. Na minha leitura geral é que para o Sul Global os EUA é uma preocupação, e independente de quem tiver sentado (a) na cadeira, sempre será uma ameaça armada para a África e o Oriente Médio, e uma ameaça golpista para a América Latina.

Fonte: Luã Andrade Luã Andrade é criador de conteúdo digital na página do Instagram @escurecendofatos. Formado em comunicação social e membro da APNB. Luã discute questões étnico raciais há dez anos e acredita que o racismo deva ser debatido em todas as esferas da sociedade.
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