Homens precisam aprender a lidar com mulheres do calibre da cantora Iza

Nesta semana, vazou áudio do agora ex-companheiro da cantora Iza falando várias saliências para o que parece ser uma ex dele com quem manteve contato. Iza está grávida de seis meses desse cidadão e sempre se mostrou bastante apaixonada e dedicada à relação que os dois tinham. A notícia surpreendeu muitas pessoas, já que, há poucos dias, ele esteve em rede nacional falando sobre a cantora.

Também na semana passada, viralizou um vídeo dele chegando na casa de Iza falando que ele era super sortudo por tê-la em sua vida. Diante desse cenário, fiz algumas reflexões sobre como a masculinidade tóxica e o ego masculino podem ter relação com a traição sofrida por Iza.

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O nome do ex-companheiro da Iza, e pai da filha que ela espera, é Yuri Lima. Ele é jogador no Mirassol, clube paulista que joga a série B do campeonato brasileiro. Ele já teve passagens por clubes maiores, como Santos e Fluminense, mas nunca chegou a ser uma estrela do futebol brasileiro.

Do outro lado, temos Iza, uma grande cantora com reconhecimento aqui e fora do Brasil, com várias músicas estouradas, carreira sólida e respeitadíssima na sua área de atuação. Outro ponto que não pode ser esquecido dentro dessa relação é que de um lado temos um homem branco e de outro, uma mulher negra retinta.

O que eu acredito que tenha acontecido é que ele, um jogador de futebol, hoje em um clube de série B, que provavelmente era o centro das atenções nos seus núcleos sociais, que era talvez fosse o macho alfa provedor dentro das suas relações, se deparou com um cenário totalmente diferente ao se relacionar com Iza. Um cenário onde ele deixou de ser o centro.

Antes, as manchetes dos jornais eram sobre 'o jogador Yuri ser visto com fulana' e passou a ser 'Iza é vista com namorado em tal lugar'. Entende a diferença? Ele deixa de ser o centro das atenções nos ambientes que frequenta. Yuri, anteriormente, ia para um churrasco de uma paquera e todos esperavam o jogador que fulana está ficando e, agora, ele chegava nos ambientes e o único assunto é inevitavelmente a Iza. Então, o que ele, e a maioria dos homens, faz nessa situação? Recorre a um passado onde era o centro. Vai buscar inflar seu ego e experimentar a sensação de poder e controle.

Com essa reflexão não estou, nem de longe, tentando passar pano para a atitude dele. Esse texto não tenta explicar a traição covarde que ele cometeu. Tenta alertar a nós, homens: temos que abdicar da masculinidade tóxica e de nosso ego de predador para vivermos com mais plenitude a relação conosco e com o outro.

Homens não sabem, na maioria das vezes, lidar com os sentimentos, sobretudo a frustração e a tristeza. Muitos de nós, inclusive eu, somos adestrados a criar estratégias para fugir de sentir. Nesse processo, nos autodestruimos, ferimos pessoas e acabamos com nosso psicológico. Não é por acaso que a maioria dos casos de suicidio são de pessoas do sexo masculino.

Então, meus pares de gênero, vamos sentar nossas bundas no divã. Vamos nos conhecer, falar das nossas dores, buscas podar nosso ego, nos medicar (se for necessário), tentar entender de onde vem nossas dores e para onde elas nos levaram, mesmo sem percebermos.

E, homens negros, fiquem ligado em dobro nisso que estou falando aqui. Para nós, a sociedade é zero condescendente. Para preto, essa pauta é ainda mais urgente. Nunca existirá um negro Chico Moedas, ok? Para o homem negro, a cobrança é 10 vezes maior. E, se fez besteira, preto, branco, amarelo ou vermelho, tem que ser cobrado.

Quando nos despimos de muitas expectativas machistas, a vida fica mais tranquila, a relação com o outro fica mais leve. E se você pensa em ser pai, isso se faz mais urgente ainda. Porque só quebrando comportamentos tóxicos que faremos uma próxima geração mais saudável e consciente.