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Lula não era o melhor candidato para a população negra

Candidatos como Leonardo Péricles, Sofia Manzano e Vera Lúcia estão mais alinhados com as necessidades das minorias

1 nov 2022 - 05h00
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Esse texto não é, nem de longe, uma crítica ao Lula e ao PT. Muito pelo contrário.
Esse texto não é, nem de longe, uma crítica ao Lula e ao PT. Muito pelo contrário.
Foto: Poder360

Não é mentira! Lula, de fato, não era o melhor candidato para nós, minorias. Mas ele era o único candidato possível para combater o pior presidente para pessoas que não fazem parte da hegemonia. Lula foi o presidente que mais olhou pelas pessoas pretas, pobres, nordestinas, mulheres, LGBTQIA+, PcD, entre outras pessoas esmagadas por um sistema pouco democrático. Foi, sim, ele, através dos movimentos sociais, que usou a caneta para tentar diminuir os abismos sociais históricos na nossa sociedade.

Lula errou também com minorias nos primeiros mandatos. As Unidades de Polícia Pacificadora, por exemplo, foi um erro durante o governo do PT. Essa pacificação trouxe terror a muitos moradores e tornou a polícia como centro da periferia, enquanto moradores cobravam outros serviços e atuações do estado que não a PM. Contudo, é inegável que as coisas boas foram a grande maioria e negar isso é negar a população negra e pobre dentro das universidades.

Esse texto é uma celebração a vitória do Lula, mas também é uma preocupação com 2026. Nós como esquerda temos que começar a pensar em novos líderes. O bolsonarismo não morreu e é muito provável que o atual presidente volte em 2026 e nosso querido presidente eleito já falou que não pretende se reeleger. É nesse processo de reflexão que eu achei importante trazer os nomes da Vera Lúcia, Leonardo Péricles e Sofia Manzano.

Vera Lúcia Pereira da Silva Salgado é uma mulher preta pernambucana de 55 anos, formada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe, ajudou a fundar o PSTU e é filiada ao partido desde 1994.

Leonardo Péricles Vieira Roque é um homem preto mineiro de 41 anos, cursou Biblioteconomia na Universidade Federal de Minas Gerais, mora na ocupação Eliana Silva desde 2012 e é presidente da Unidade Popular (UP) desde 2014.

Sofia Padua Manzano é uma paulistana de 51 anos, economista, doutora, professora e militante comunista brasileira filiada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde 1989.

Então esse texto não é, nem de longe, uma crítica ao Lula e ao PT. Muito pelo contrário. Muito dos meus pares de raça e classe só tem uma vida minimamente digna hoje por causa das políticas públicas assinadas pelo presidente eleito. Esse texto é para a gente refletir em outros candidatos para poder dar continuidade ao projeto de uma país mais igual para todas, todos e todes.

Eu acredito que muitos que estão lendo agora esse texto, assim como eu, deixaram de votar em pessoas mais à esquerda no primeiro turno por saber da importância do que estava em jogo, e fez isso com dor no coração, mas com a consciência de que políticas, por vezes, é saber abrir mão de algumas coisas para impedir que um mal maior se perpetue.

Então finalizo a coluna dessa semana agradecendo a você que queria votar em outras candidatas, mas votou no Lula pelo bem maior, para você que não gosta do Lula, mas sabe o quão nocivo Bolsonaro e o bolsonarismo é, para você que iria anular, mas resolveu votar em Lula, para você que viajou horas para poder dar seu voto em Lula. Agora serão anos de reestruturação e pensaremos em métodos para que golpes e a extrema-direita não tenham mais espaço na nossa democracia.

Fonte: Redação Nós
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