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BBB24: Alane e a pressão pela perfeição exercida por pais e mães

Após ser eliminada, Alane desabou de um jeito que deixou o público preocupado com o tipo de relação que ela tem com a mãe

15 abr 2024 - 14h23
(atualizado em 16/4/2024 às 13h46)
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Alana teve reação extrema ao ser eliminada do BBB24
Alana teve reação extrema ao ser eliminada do BBB24
Foto: Reprodução digital | TV Globo / Divulgação

Uma das cenas mais perturbadoras desta edição do BBB24 foi a reação de Alane ao saber que tinha sido eliminada quando estava muito perto de ser uma das finalistas do reality. Desferindo socos contra a própria cabeça, ela repetia que era péssima, a pior pessoa do mundo e que a mãe deveria estar a odiando. 

Naquele momento, Alane desabou de um jeito que deixou o público preocupado com o tipo de relação que a aspirante a atriz tinha com a mãe. Quem acompanhou o BBB na Globoplay sabe que Alane mencionava em conversas com os colegas de confinamento que tinha sido criado para ser perfeita. Contou que a mãe a obrigava fazer as refeições com dois livros embaixo do braço porque era obcecada com regras de etiqueta. Numa conversa com Rodriguinho na academia da casa, comentou sobre como era difícil ser aluna e filha da professora de balé, já que as críticas eram muito mais implacáveis com ela do que com outra aluna. 

Particularmente, achava estranho que toda vez que Alane era indicada ao paredão e fazia sua defesa, alegava que não deveria sair do programa porque o BBB era um sonho dela e da mãe. Tudo bem que o programa é capaz de transformar, por tabela, a vida da família do confinado.

Juliette dizia que um dos motivos de ter entrado no programa era para conseguir dinheiro para uma cirurgia que sua mãe precisava fazer. Davi não se cansa de dizer que o objetivo de sua participação é dar uma casa melhor para mãe e irmã. Mas naturalizar que o BBB é o sonho da mãe, acho um pouco desconcertante. Faz lembrar a figura controversa da mãe de miss, que dedica a energia de uma vida preparando a filha desde pequena, com uma pressão absurda, para ser alguém que ela não conseguiu ser.

Não é muito diferente do que acontece no esporte, quando crianças com algum talento se transformam em projetos de vida dos pais. Ou são convertidas nisso antes mesmo de nascerem, como foi o caso das irmãs Venus e Serena Williams. Basta lembrar que o pai das tenistas, depois de assistir a uma final de Roland Garros pela televisão e ver que a vencedora levou para casa um cheque de 40 mil dólares, traçou um plano detalhado em 78 páginas de ter duas filhas que seriam criadas para serem tenistas campeãs. Essa história chegou às telas em "King Richards: Criando Campeãs". Apesar do esforço do filme em mostrar o pai como uma figura dedicada, nem tudo é uma unanimidade em relação à criação que as atletas tiveram. 

Por sorte, Venus e Serena sobreviveram às expectativas do pai e se tornaram não só campeãs como referências em um esporte bastante elitista e tradicionalmente dominado por tenistas brancos. Mas em algum momento, Serena teve que romper com esse arranjo familiar para se firmar como a número 1 do mundo. 

Esse é o caminho natural para os filhos, que em algum momento de suas vidas, sigam em voo solo, com autonomia para conduzirem suas trajetórias longe da influência dos pais. 

Pais deveriam se preocupar em criar filhos que se sintam seguros para seguir seu próprio caminho, livres de qualquer expectativa que não consigam administrar. Do contrário, podem se converter em um poço de frustrações e de transtornos psciológicos por não conseguirem corresponder aos planos traçados desde a infância por quem deveria cuidar deles de maneira afetuosa e não abusiva.

Fonte: Redação Nós
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