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Nos primeiros Jogos Olímpicos com paridade de gêneros, Paris deve mostrar que é diversificada e inclusiva

Em 26 de julho, cerca de 1 bilhão de pessoas vão estar sintonizadas para assistir a festa que a capital francesa preparou

24 jul 2024 - 18h01
(atualizado às 18h01)
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Nadadora Ana Marcela Cunha é uma das atletas que pode trazer a medalha de ouro para o Brasil em Paris
Nadadora Ana Marcela Cunha é uma das atletas que pode trazer a medalha de ouro para o Brasil em Paris
Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

A cerimônia de abertura de uma Olimpíada é o momento para onde os olhos do mundo se voltam. Nos Jogos Olímpicos de 2024, a abertura deve marcar a história do evento seja pela beleza das imagens geradas a partir dos lugares mais icônicos da capital francesa, seja pela ousadia das cabeças pensantes dos organizadores.  

Pela primeira vez longe de arenas fechadas, a cerimônia de abertura tem a cidade como palco principal. O rio Sena se transformará numa grande pista fluvial, por onde acontece um cortejo com os famosos bateaux mouches, os barcos que são parte da vida parisiense.

O cortejo vai percorrer mais de 6 km pelo rio, nos trechos onde o Sena cruza com algumas das mais belas pontes e obras arquitetônicas do mundo, como os Museus do Louvre e a Catedral de Notre Dame até chegar à Torre Eiffel. A bordo dos barcos, estarão as estrelas dos Jogos: os atletas de 200 países.

Durante a cerimônia no Sena, centenas de dançarinos estarão em locais estratégicos, como os famosos telhados de Paris, em imagens que devem tirar o nosso fôlego. 

Com isso, os organizadores do evento passam a mensagem de que o esporte é uma ponte poderosa para celebrar a cultura e a rica história da França. Além da moda, gastronomia, da enciclopédia e da nouvelle vague, os franceses deram outras contribuições decisivas, como os ideais humanistas que norteiam as democracias pelo mundo todo. 

Foi no esporte que os franceses, recentemente, encontraram alguns de seus porta-vozes mais influentes. Ninguém vai esquecer da postura contundente de alguns jogadores da seleção francesa, como Kylian Mbappé e Marcus Thuran, durante a Eurocopa, contra o que representaria uma vitória da extrema-direita no país. 

Os atletas falaram sem meias-palavras sobre o real perigo da França se tornar um estado regido pelo ódio aos imigrantes, pela misoginia, pelo autoritarismo, pela falta de tolerância, ameaçando tudo aquilo que fez da república francesa um farol para o mundo civilizado. Caso a extrema-direita vencesse as eleições legislativas do meio do ano, Mbappé chegou a afirmar que repensaria vestir a camisa de um país onde os valores como diversidade, respeito aos direitos humanos, inclusão fossem rechaçados. Felizmente, a França escapou de ser dominada pelo ideário fascista de Marie Le Pen e cia. Boa parte da humanidade vibrou com as lições de resistência que o povo francês deu ao mundo. 

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O esporte também tem esse poder de mexer com nossas emoções, sobretudo os Jogos Olímpicos que representam a união de povos e culturas diferentes, com histórias de atletas que ainda competem por amor ao esporte. Mesmo estando num território reservado aos melhores do mundo, o esporte permanece como um recorte poderoso da sociedade. 

Não à toa, somente agora, depois de 128 anos de existência dos Jogos Olímpicos da era moderna, as mulheres desembarcam em mesmo número que os homens em Paris. É inacreditável que foi preciso mais de um século para finalmente haver paridade entre gêneros num evento dessa magnitude.

Como também é inacreditável que mesmo com todas as dificuldades, falta de investimento e má vontade dos homens que comandam o esporte, as mulheres tenham saído de uma condição de quase invisíveis para se tornarem, no caso do Brasil, nossas principais chances de medalha. 

Rayssa, Rebeca, Marta, Ana Marcela, Beatriz, Gabi, Jade, Flávia, Mayra, Rafaela são alguns nomes sinônimos de resiliência, perseverança, talento e força. Mas também traduzem o que é ser uma mulher, num país em que o jogo pela igualdade de gênero, pela segurança contra assédio, entre outras pautas, não está ganho. 

De qualquer maneira, os próximos dias devem nos encher de esperança de dias melhores. Ainda mais porque Paris estará linda como sempre, unida numa celebração de princípios, como a diversidade, a inclusão, o respeito ao outro, que saíram vitoriosos para o bem da humanidade. Allons-y!

Fonte: Lúcia Soares Lúcia Soares foi repórter em alguns dos principais canais de televisão (Rede Globo, Band, Record TV, TV Cultura). Atrás das câmeras, trabalhou na edição (Decora) e direção (Chegadas e Partidas-temporada 5) de programas de variedades.
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