Bruno e Dom: muita informação e nenhuma diz nada até o momento
Na manhã desta segunda-feira, 13, esposa do jornalista britânico afirmou que os corpos dele e de Bruno haviam sido encontrados. PF nega
O desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no rio Itacoaí, região do Vale do Javari, na Amazônia, já passa de uma semana e a pergunta segue sem respostas oficiais das autoridades responsáveis pelas buscas: onde estão Bruno Pereira e Dom Phillips?
Na manhã desta segunda-feira, 13, Alessandra Sampaio, mulher de Dom informou que os corpos dele e do indigenista Bruno Pereira haviam sido encontrados. Entretanto, em nota, a Polícia Federal afirma que Bruno e Dom seguem desaparecidos. As informações de que os corpos foram encontrados não procedem. As organizações indígenas seguem pressionando a continuidade das buscas.
Relatórios elaborados pelas equipes de vigilância da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) afirmam haver atuação de invasores, incluindo grupos armados na região onde o jornalista e o indigenista desapareceram.
Beto Marubo, líder indígena e amigo próximo de Bruno, que acompanha as buscas, usou seu Twitter para fazer um alerta sobre o compartilhamento de informações sem veracidade e negar que os corpos haviam sido encontrados.
“Pessoal, nossa internet continua ruim: por favor, chequem as informações antes para não acontecer o que foi divulgado hoje. Não procede à informação de que encontraram corpos dos desaparecidos”, escreveu Marubo.
Vale lembrar que Bruno Pereira foi exonerado da Funai por defender a política de proteção do "não contato” enquanto prerrogativa da autodeterminação desses povos.
Bruno Pereira, como coordenador de índios isolados, contribuiu com a operação que destruiu mais de 50 balsas de garimpo no Rio Jutaí. Ele foi exonerado de seu cargo logo após essa ação. Ao longo de 2019, os servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) sofreram 8 ataques de arma de fogo.
Em nota organizações indígenas se pronunciam:
“A região do desaparecimento condensa conflitos graves num clima de violência em que madeireiros, pescadores ilegais e o narcotráfico internacional exercem suas atividades no entorno e no interior da Terra Indígena Vale do Javari, diante da incapacidade e omissão dos órgãos responsáveis pela fiscalização e proteção dos territórios indígenas”.
Segundo relatório da ONG Global Witness, o Brasil é o 4° país que mais mata ambientalistas em todo o mundo. No ranking mundial, o Brasil somou 20 mortes no ano passado, ficando atrás apenas da Colômbia (65 mortes), México (30) e Filipinas (29).