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Vidas Yanomamis importam: que os culpados sejam punidos

Foram 570 crianças mortas sem assistência médica por um governo que ignorava situação dos nossos parentes. Esse número pode ser ainda maior

23 jan 2023 - 15h15
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Presidente Lula esteve em Roraima neste sábado (21) para verificar situação do povo Yanomami
Presidente Lula esteve em Roraima neste sábado (21) para verificar situação do povo Yanomami
Foto: Reuters

O legado deixado pelo governo federal sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro foi destaque em vários veículos de comunicação esses dias. O que ganhou tanta atenção assim foi o descaso com a saúde do povo Yanomami. Uma situação que causa imensa tristeza. Foram quatro anos de um desgoverno que não deu a mínima para os indígenas, não aceitava e não respeitava os nossos modos de vida. Uma gestão que preferiu liberar garimpo em nossos territórios do que salvar vidas.

Foram 570 crianças mortas sem assistência médica por um governo que ignorava a situação dos nossos parentes. O apagamento de dados sobre a saúde indígena que aconteceu durante o governo Bolsonaro foi também uma tática para poder invadir nossos territórios e buscar o capitalismo selvagem através das nossas riquezas naturais. Para isso, preferiram ver vidas sendo apagadas em nome da riqueza e interesse pessoal.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, esteve com o presidente Lula e outros ministros em Roraima para acompanhar de perto a calamidade que acontece com o povo Yanomami. Após sua ida a Terra Indígena Yanomami, Sônia diz que há indicações que o número de 570 crianças Yanomamis mortas durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro esteja subnotificado, indicando que o número possa ser ainda maior.

Vale ressaltar que a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) não fazia o mapeamento das condições indígenas por falta de interesse, por falta de compromisso, por simplesmente não se importar com a causa. O órgão foi aparelhado pelo governo federal com pessoas sem qualificação para atuarem no cuidado da saúde dos povos originários. Em 2022, foram confirmados 11.530 casos de malária no distrito sanitário especial indígena Yanomami, distribuídos entre 37 polos base. Os mais afetados foram os maiores de 50 anos, seguidos pela faixa etária de 18 a 49 anos e 5 a 11 anos.

Por muito tempo, lideranças indígenas denunciaram a situação do povo Yanomami e o governo anterior ignorava, pois dava atenção maior a liberação de mineração nos territórios indígenas. São mais de 370 aldeias e quase 10 milhões de hectares que se estendem por Roraima, pela fronteira com a Venezuela e pelo Amazonas. A reserva Yanomami enfrenta problemas tão grandes quanto a sua extensão territorial. Ao total são 28 mil indígenas que vivem isolados geograficamente em comunidades de difícil acesso, mas que, em grande parte, já sofreram alguma intervenção de fora, com a ocupação de não indígenas, como é o caso dos garimpeiros – estimados em 20 mil.

Vidas indígenas importam. Basta de omissão, chega de calamidade pública. É necessário e urgente ter uma atenção especial para saúde dos povos indígenas, e que o atual governo possa dar fim a toda essa triste realidade. Nunca mais um Brasil sem nós.

Fonte: Redação Nós
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