Enfrento dificuldades como mãe, mas isso não está associado ao fato de eu não enxergar

Como muitos de vocês sabem, eu anunciei há alguns dias que serei mãe novamente. Tive meu primeiro filho ainda durante a pandemia e sempre foi meu sonho ser mãe. Hoje, o Davi tem 2 anos e eu recebi o melhor presente que a vida pode ter me dado. Há sempre muitas dúvidas em relação à maternidade de uma pessoa cega. São muitas as questões que precisamos confrontar no dia a dia.

Durante a gravidez do Davi, eu me perguntava como seria o cuidado diário e pequenos detalhes como trocar fralda, dar remédio, etc. Mas, como vocês sabem, o mundo não é feito para pessoas que não enxergam e eu precisei me adaptar a tudo, me virar sozinha, mesmo sabendo que eu tinha uma rede de apoio.

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Como é ser uma mãe cega?

Bem, já era de se esperar que eu receberia muitos comentários capacitistas durante toda a gravidez, inclusive dos médicos. Entretanto, isso não me fez esmorecer nem me fez duvidar de que eu seria capaz de cuidar do meu filho. Vejo que de lá para cá muita coisa ainda não mudou, a gente continua enfrentando dificuldades enormes em inúmeros aspectos. Infelizmente, mesmo na área de saúde, muitos médicos, enfermeiros e funcionários da saúde ainda são despreparados para nos atender e nós temos que ouvir muitos comentários capacitistas por parte desses profissionais. É cansativo que mulheres com deficiência e que queiram ser mães precisem passar por isso.

Tenho recebido muitos comentários de apoio porque também tenho tentado mostrar para as pessoas que enfrentei e enfrento dificuldades como mãe, mas isso não está associado ao fato de eu não enxergar. Estou presente em todas as fases do meu filho e estarei quando meu próximo bebê nascer. E como mãe quero aproveitar cada fase, cada momento juntinho.

Será uma outra alegria. Alegria em dobro! Ao longo desse processo quero compartilhar as experiências com vocês, aqui e nas minhas redes, e também quero ouvir as experiências de vocês, mamães! Essa rede de apoio é muito importante. Vamos nessa?