Por uma linguagem não-capacitista
É muito importante que pessoas como Beyoncé, por exemplo, reconheçam seus erros e usem da sua influência para mudar essa linguagem
No final do mês passado, foi lançado o tão aguardado novo álbum da Beyoncé, o “Renaissance”, que suscitou muitos debates em torno das novas canções. Uma delas é “Heated”, composta em parceria com o rapper Drake. A letra da canção traz um termo que, além de ser capacitista, ofende pessoas com deficiência. Estamos falando do termo “spaz”, que é dito de forma pejorativa para se referir a pessoas com diplegia espástica, uma forma de paralisia cerebral que afeta as duas pernas. Esse termo seria o equivalente ao “retardado” em português.
Não é a primeira vez que o termo entra numa discussão, pois também já apareceu na música “Grrrls” da cantora Lizzo. O que se sabe é que no Reino Unido, por exemplo, o termo é consensualmente considerado ofensivo e, de acordo com uma pesquisa da BBC, ficou em segundo lugar entre os termos mais ofensivos para se referir a uma pessoa com deficiência.
Beyoncé, no entanto, decidiu mudar a letra da música, segundo uma informação confirmada por um representante da própria artista, afirmando que a palavra não usada intencionalmente de forma prejudicial seria substituída. A cantora Lizzo também se arrependeu de ter usado esse termo, em junho do ano passado.
É muito importante que esse movimento esteja acontecendo e que as pessoas que possuem influência, seja em qualquer meio, reconheçam e reparem seus erros. Mesmo sendo utilizada em outro contexto por outro país — que fala a mesma língua —, o termo não deixa de ser ofensivo às pessoas e à causa dos PCD. A atitude de Beyoncé foi realmente a melhor a ser tomada, pois além de ouvir, reconheceu e reparou o erro e, assim, vamos aprendendo a não utilizar a linguagem capacitista.