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Copa Feminina cria espaço de acolhimento à comunidade LGBT no futebol

Como beijos e demonstrações de afeto entre mulheres durante o Mundial deixam legado para ampliar a participação LGBTQIA+ no esporte

20 ago 2023 - 03h00
(atualizado em 26/10/2023 às 09h25)
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Futebol feminino só tem “mulher macho”. Quem nunca ouviu essa frase? A orientação sexual das atletas sempre foi motivo de piada e preconceito, mas essa edição da Copa do Mundo mostrou que a modalidade tem forças para, aos poucos, mudar o cenário e quebrar o tabu.

Equipe da Austrália faz coração no centro do gramado após eliminação
Equipe da Austrália faz coração no centro do gramado após eliminação
Foto: FIFA/Divulgação

Diversas cenas de beijos entre as jogadoras e suas esposas/namoradas foram flagradas e compartilhadas apenas com a mensagem do amor, e sem o tom de espanto comumente vista em ambientes esportivos quando falamos em relacionamentos homoafetivos.

Se olharmos para poucos meses atrás, no fim de 2022, na Copa do Mundo Masculina, a discussão sobre a temática era completamente diferente. 

Hoje, na Austrália e na Nova Zelândia, aplaudimos os beijos entre mulheres e o Mundial com a maior edição de jogadoras assumidamente LGBTQIA+: 87, segundo levantamento da agência Reuters. E o Brasil, mesmo sendo o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo (uma morte a cada 34 horas, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia), é a seleção recordista.

Mas no Catar a conversa foi outra: as leis do país preveem crime para manifestações a favor da diversidade. E a Copa, que poderia ser um evento responsável por promover ao menos uma redução a essa intolerância, passou pelo país sem deixar um legado. Além disso, para os homens, o ambiente do futebol ainda é inóspito - não há espaço para um jogador se assumir homossexual.

Se fizéssemos parte de uma sociedade menos preconceituosa, não precisaríamos estar celebrando esse pequeno avanço conquistado pelo futebol feminino, mas infelizmente não é a realidade. Mas que bom que existem mulheres dispostas a quebrar todos os tabus, desde o início, para hoje estarem em uma Copa do Mundo com essa possibilidade de mudar, ainda que aos poucos, o cenário a respeito do futebol machista.

Papo de Mina
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