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Futebol feminino é rentável no Brasil?

Com mais patrocínio, visibilidade e premiações, modalidade começa a impactar na janela internacional de transferências

14 abr 2023 - 11h27
(atualizado às 11h40)
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A segunda edição da Supercopa premiou a equipe vencedora, o Corinthians, em R$ 500 mil reais
A segunda edição da Supercopa premiou a equipe vencedora, o Corinthians, em R$ 500 mil reais
Foto: Cris Mattos/Staff Images Woman/CBF

O crescimento do futebol feminino no Brasil tem se traduzido em números mais expressivos nos últimos anos. Não só com quebras de recordes de público e audiência na TV, mas também quando o assunto é dinheiro. Parte deste "boom" está ligada ao mercado de transferências, muito aquecido desde a última Copa do Mundo, em 2019. 

Analisando o recente levantamento da FIFA, que reuniu os dados da última janela de transferências, isso fica ainda mais evidente. As porcentagens que começaram a despontar nas últimas duas temporadas ganharam novas cifras nas transações, e o território brasileiro é um dos destaques. 

"Esse é um movimento natural, que só comprova a importância do investimento na base e na estrutura do futebol feminino a longo prazo. Não existe outra fórmula além dessa. É investimento que gera crescimento e assim por diante. Por isso, a modalidade tem sido cada vez mais sustentável", conta Benito Pedace, sócio e intermediário de jogadoras da Sow Sports, ao Papo de Mina.

Em comparação a janeiro de 2022, as transferências internacionais cresceram 30,2% em janeiro deste ano. Ao todo foram 341 operações, que movimentaram mais de 730 mil dólares (aproximadamente R$ 3,6 milhões). Neste cenário, mesmo que os clubes europeus dominem os movimentos, outras regiões também ficaram entre os destaques: Brasil, Colômbia, EUA e Marrocos.

"Tem gente que acha que não dá dinheiro, mas nós trabalhamos apenas com futebol feminino. É uma realidade que a gente vive no dia a dia. Nossa atuação vai desde consultoria até a parte de gestão de carreira. Ou seja, são muitas etapas. A procura pelo serviço tem crescido muito e isso significa que o dinheiro está circulando, que novos patrocinadores estão chegando até a modalidade. É só uma questão de visibilidade", afirma Carolina Pohl, sócia da Sow Sports e especialista na modalidade.

Apesar dos valores ainda serem inferiores ao futebol masculino, o que se viu neste início de 2023 foi um terreno muito mais pronto e arado para receber investimentos no feminino, principalmente das próprias entidades de futebol, que estão ampliando as premiações e aumentando a competitividade entre os clubes.

Como consequência, os times brasileiros estão apostando em jogadoras internacionais para agregar às equipes. O Palmeiras, por exemplo, trouxe a argentina Yamila Rodríguez, enquanto o Internacional contratou a uruguaia Bélen Aquino e as paraguaias Fany Gauto e Fabiola Sandoval. Investimentos mais robustos do que se viu na janela de transferências do ano passado.

"Hoje o time [Palmeiras] é autossustentável pelo segundo ano consecutivo, portanto, o clube já entra na temporada com o ano pago, muito por conta dos patrocinadores exclusivos para a modalidade. Com os recursos coletados, o Alviverde possui estabilidade financeira e investe em contratações e melhorias em todas as áreas, em especial nas contratações, em equipamentos e tecnologia." diz Alberto Simão, diretor da equipe feminina.

Premiações são impulso na modalidade

A segunda edição da Supercopa premiou a equipe vencedora, o Corinthians, em R$ 500 mil reais, enquanto que o vice-campeão, Flamengo, levou R$ 300 mil. O valor trouxe um respaldo às equipes e uma perspectiva positiva de crescimento para as demais competições e novas contratações. A primeira edição, em 2022, não teve bonificação.

No ano passado, o Campeonato Paulista Feminino bateu o recorde de maior premiação aos clubes. Foram R$ 2,6 milhões distribuídos às equipes participantes. O campeão, Palmeiras, levou R$ 1 milhão para casa. Já o vice, Santos, ficou com a quantia de R$ 500 mil. O valor restante foi direcionado às cotas para outros clubes. 

Para a próxima temporada, a premiação total do Paulistão será de R$ 3,1 milhões, um aumento de 19,2% em relação a 2022. O futuro financeiro do futebol feminino é promissor e esperamos que a correção venha com os devidos juros.

Papo de Mina
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