Que o decreto de Lula não seja ilusão para o futebol feminino
Medida do governo deve ser cobrada e acompanhada de perto para garantir resultados
A taça da Copa do Mundo Feminina está no Brasil. Durante o Tour para divulgação da competição, que acontece na Austrália e na Nova Zelândia, entre 20 de julho e 20 de agosto, o objeto de desejo da seleção brasileira já trouxe boas energias - um decreto para a criação da Estratégia Nacional para o Futebol Feminino.
Nesta quinta-feira (30), um dos "passeios" do troféu foi pelo Palácio do Alvorada, e na cerimônia, que contou com a presença da ministra do esporte Ana Moser e do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a medida, além de reforçar o interesse do País em sediar a próxima Copa, em 2027.
Esta coluna é um canal em que sempre levantamos pontos sobre a importância de um trabalho pensado para o futebol feminino, e como cada iniciativa importa - especialmente quando é feita com o objetivo de beneficiar as mulheres, e não apenas ter caráter marketeiro e insustentável a longo prazo.
Por isso me chama atenção a proposta de que em 120 dias o Ministério do Esporte irá elaborar um diagnóstico da situação atual do futebol feminino no país (a ser produzido em conjunto com a CBF, federações, clubes e atletas), além de um Plano de Ações até 2025 para a categoria. É uma meta exequível, e acima de tudo, cobrável.
É simbólico que esse marco da Estratégia Nacional para o Futebol Feminino aconteça com a chegada de uma mulher ao Ministério do Esporte. Ana Moser tem papel fundamental nessas mudanças, e é certeira ao afirmar que "estamos juntos em busca de uma sociedade mais igualitária, ativa, mais saudável e com muitas vitórias para o futebol feminino no Brasil".
Confira a fala completa da ministra:
Entre as diretrizes estabelecidas no decreto ainda estão outras questões importantes, como: criação de mecanismos para incentivar a prática do futebol feminino e metodologia de aprendizado específica e adaptada às necessidades das meninas e mulheres.
Cabe ao Ministério do Esporte também promover o empoderamento da menina e da mulher e o aumento da participação feminina no esporte; auxiliar na modernização de instalações esportivas e combater de maneira ativa a discriminação das mulheres nas práticas relacionadas à modalidade, além de estabelecer mecanismos efetivos de desmobilização de comportamentos intolerantes ou violentos contra elas, nos estádios de futebol ou fora deles.
A expectativa é grande. É um pequeno passo para uma mudança enorme, e mais do que necessária. Torcemos para que o Brasil conquiste a Copa este ano, que possa sediar a próxima edição, mas principalmente, torcemos para que o esporte feminino receba os aportes e se desenvolva de forma saudável, contínua e sustentável.