Paola Carosella sofreu assédio quando tinha 12 anos: 'Foi violento'
Apresentadora e chef de cozinha também falou sobre sua criação em um lar disfuncional; veja
Paola Carosella, de 52 anos, relembrou nos últimos dias um assédio que sofreu quando tinha 12 anos. Segundo a chef de cozinha e apresentadora, um homem se masturbou a seu lado em um ônibus.
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"Claro que foi violento, a pessoa estava transtornada. Talvez, eu tenha aprendido que a rua é um lugar perigoso. Mas não sofri assédios como outras mulheres, tive sorte nesse aspecto", disse ao jornal O Globo.
Criada por um pai bipolar e uma mãe com quadro depressivo, ela classifica seu lar de infância como desfuncional. Apesar disso, ela tem 'pitadas' de memórias positivas de sua infância. Ela, inclusive, se orgulho de hoje poder prover um lar mais calmo e coeso para sua filha, Francesca, de 12 anos.
"Faço terapia há mais de 25 anos [...] Lembro de gargalhadas [na infância], de passeios, mas são pitadas. Foi uma infância solitária e triste. Quando penso, sinto um nó na barriga. Quanto mais terapia a gente faz, mais fácil fica admitir e reconhecer o que não foi legal. Sobretudo porque hoje há o contraste. Tenho um lar de paz, saudável. Minha filha cresce com liberdade, sem loucura"
Não me chame de chef, sou cozinheira
A apresentadora, no livro Todas as Sextas, fala que não gosta de ser chamada de 'chef de cozinha'. Para ela, o rótulo vem com muita responsabilidade e superioridade intelectual, o que, para ela, não é atrativo.
"Chef é uma expressão nascida na França, cargo dentro de uma organização piramidal que é a cozinha. Para ser chef, é preciso ser cozinheiro. Mas durante um tempo, parecia que no Brasil a pessoa se colocava em um lugar superior ou distante do cozinheiro. Tem uma coisa de status que eu não queria carregar"
Mesmo sendo cozinheira, ela é comprometida com a qualidade do que faz. Foram anos de terapia até aprender ter uma relação saudável com a cozinha. Hoje, ela vive seu momento de maior sintonia com a profissão.
"Cozinho há 34 anos ininterruptamente. No começo, era exigente a ponto de quase não dormir, ter metas inatingíveis e ficar nervosa porque não alcançava a perfeição. Estou melhor agora, mas demorou. Há muita terapia no meio, para entender a diferença entre perfeição e o melhor possível".