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Papa ordena reabertura de caso de conhecido padre acusado de abuso

Cerca de 25 pessoas, a maioria ex-freiras, acusaram Rupnik, de 69 anos, de abuso sexual, psicológico e espiritual

27 out 2023 - 11h19
(atualizado às 11h44)
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As alegações contra Rupnik começaram a surgir na imprensa italiana no final do ano passado
As alegações contra Rupnik começaram a surgir na imprensa italiana no final do ano passado
Foto: REUTERS

O papa Francisco ordenou uma revisão da maneira como a Igreja lidou com o caso de um artista religioso conhecido internacionalmente que foi expulso da ordem jesuíta após ser acusado de abuso sexual, psicológico e espiritual de mulheres adultas.

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Uma declaração nesta sexta-feira disse que o papa pediu ao escritório doutrinário do Vaticano que revisasse o caso do padre Marko Ivan Rupnik e suspendeu qualquer prazo de prescrição que se aplicaria para que um processo completo pudesse ocorrer.

Segundo o documento, o papa tomou a decisão depois que uma comissão do Vaticano sobre a prevenção de abuso sexual "chamou a atenção do papa para o fato de que havia sérios problemas no tratamento" do caso Rupnik, bem como uma "falta de contato com as vítimas".

Cerca de 25 pessoas, a maioria ex-freiras, acusaram Rupnik, de 69 anos, de vários tipos de abuso, seja quando ele era diretor espiritual de uma comunidade de freiras em sua Eslovênia natal, há cerca de 30 anos, ou desde que se mudou para Roma para seguir sua carreira como artista.

As alegações contra Rupnik começaram a surgir na imprensa italiana no final do ano passado, fazendo a sede dos jesuítas reconhecer que ele havia sido proibido em 2019 de ouvir confissões e liderar retiros espirituais.

Ele foi expulso dos jesuítas em junho. As vítimas expressaram indignação após ele ser autorizado a trabalhar como padre na diocese de Koper, em sua Eslovênia natal. A diocese disse que ele havia sido aceito porque não havia sido condenado em um tribunal civil ou da Igreja.

Rupnik nunca respondeu publicamente às acusações contra ele, que os jesuítas disseram em fevereiro passado serem "altamente" confiáveis.

Uma ex-freira contou a um jornal italiano como ele usou o que ela chamou de controle psicológico para forçá-la a praticar atos sexuais e empregou "agressão psicológica, emocional e espiritual cruel" para "destruí-la".

A reabertura do caso e a retirada do prazo de prescrição significam que Rupnik poderá eventualmente ser destituído do sacerdócio.

Os jesuítas e o departamento doutrinário do Vaticano, foram criticados pela forma como lidaram com o caso. Também houve especulação na mídia italiana de que a burocracia do Vaticano lhe deu tratamento especial porque o papa também é jesuíta.

A ordem revelou, sob pressão da mídia, no ano passado, que o Vaticano havia investigado Rupnik e decidido que alguns dos supostos abusos estavam além do prazo de prescrição.

Eles contaram que em 2020 o departamento doutrinário do Vaticano excomungou Rupnik por "absolvição de um cúmplice", referindo-se a quando um padre faz sexo com alguém e depois absolve a pessoa em confissão. Rupnik arrependeu-se e a sanção foi suspensa apenas um mês depois, um período curto.

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