Cantor Bruno, da dupla 'Bruno e Marrone', é denunciado por transfobia ao Ministério Público de SP
Denúncia pede punição do artista por causa de conduta transfóbica durante entrevista com a repórter Lisa Gomes
O cantor Bruno, da dupla ‘Bruno e Marrone’, foi denunciado no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por transfobia contra a repórter Lisa Gomes.
A denúncia, apresentada nesta segunda-feira, 29, pela Associação dos LGBTQIA+, pede a punição do cantor por causa de um episódio ocorrido no início de maio, em que o artista direcionou pergunta transfóbica à repórter Lisa Gomes, da RedeTV!.
Durante um evento no Villa Country, antes do início da entrevista, o sertanejo questionou Lisa sobre sua intimidade, perguntando "Você tem pau?". Visivelmente sem reação com o comentário, a repórter respondeu: "Como assim?". E o cantor reforçou a pergunta: "P*ca".
O momento foi registrado por um celular que gravava os bastidores da reportagem.
Diversos famosos saíram em defesa da repórter.
É TRANSFOBIA! O cantor sertanejo Bruno, que faz dupla com Marrone, fez uma pergunta indelicada e preconceituosa para a jornalista Lisa Gomes, uma das repórteres do programa TV Fama, exibido pela RedeTV!
Ele será processado pela jornalista. pic.twitter.com/3xZFeigPMV
— Universo LGBTQIA+ 🏳️🌈 (@universolgbtq) May 15, 2023
"Os efeitos deletérios do crime de ódio por transfobia praticado pelo cantor Bruno reforçam o sistema de discriminação que as mulheres travestis e as mulheres transgêneros sofrem diariamente, excluindo-as socialmente de seu gênero identitário e obstando assim a realizações de seus direitos humanos de felicidade, aceitação e realização social e profissional", diz trecho do documento apresentado ao órgão.
Lisa Gomes, que é uma mulher trans, se sentiu invadida e desrespeitada pelo comentário do cantor. Em entrevista ao colunista Lucas Pasin, ela relatou que se sentiu "um lixo". "Tive muita dificuldade em aceitar meu corpo e venho cuidando do meu psicológico para lidar com isso. Quando alguém fala esse tipo de coisa é como se você voltasse lá atrás e relembrasse todas as questões que envolvem o processo de transição", declarou.
Ao Terra, o MP-SP afirmou que o caso será apurado pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (GECRADI).