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Dossiê aponta duas mortes de pessoas LGBTQIA+ a cada três dias no Brasil em 2022

Dados divulgados pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBT+ mostram que a maioria das vítimas são mulheres trans

12 mai 2023 - 17h25
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Mulheres trans são a maioria nos dados sobre mortes violentas
Mulheres trans são a maioria nos dados sobre mortes violentas
Foto: Reuters

Duas pessoas LGBTQIA+ morreram a cada três dias no Brasil em 2022. Desse total, 83,5% foram assassinadas. Ao menos é o que indica dados do Observatório de Mortes e Violências contra LGBT+ no Brasil, divulgados na quinta-feira, 11.

Segundo o documento, 273 pessoas LGBTQIA+ morreram de forma violenta no País, das quais mais da metade das vítimas eram mulheres trans ou travestis (159 mortes). Os homens gays são o segundo grupo que mais morreu em 2022, totalizando 96. Homens trans ou pessoas transmasculinas e lésbicas tiveram 8 mortes.

Assassinato é a principal causa das mortes nos dois grupos (134 mulheres trans ou travestis e 86 homens gays). A média de idade das vítimas ficou entre os 13 a 75 anos, mas a maioria tinha entre 20 e 29 anos. 

Embora exista queda em relação aos números de 2021, quando o dossiê registrou 316 mortes, o Brasil continua campeão no ranking mundial desses crimes há 14 anos, seguido pelo México, com 120 mortes. Em 2020, foram apurados 237 assassinatos.

"O Brasil é o país onde mais se mata LGBT no mundo", concluiu Alexandre Bogas, fundador da ONG, à Agência Brasil.

Violência marca levantamento

Foram registradas 35 causas diferentes para as mortes violentas, mas as principais são morte por arma de fogo (74) e morte por esfaqueamento (48). A lista de meios utilizados inclui espancamento, apedrejamento e estrangulamento. 

Segundo o Observatório, não foi possível identificar a causa da morte de 43 vítimas. Por outro lado, Bogas analisa que o Brasil é um país violento, com alto número de homicídios de modo geral, e isso reflete na população LGBTQIA+ em especial. Alguns casos têm agravantes, como a desfiguração do rosto das vítimas, corte de órgãos genitais e estupro. 

"Tem mais crueldade por estar vendo que a pessoa é LGBT nos processos que a gente acompanha dos casos", acrescenta.

A pesquisa foi realizada pela Associação Acontece LGBTI+, pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). O dossiê será lançado na próxima terça-feira, 16, às 16h, em Brasília, junto com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.

Fonte: Redação Terra
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