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Entenda como é a criação uma criança sem gênero

Garantimos que não é complicado estabelecer uma rotina sem imposições de gênero feminino ou masculino

16 jun 2023 - 05h00
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Igor Rickli e Aline Wirley criam Antônio como uma criança sem imposições de gênero
Igor Rickli e Aline Wirley criam Antônio como uma criança sem imposições de gênero
Foto: Reprodução Instagram / @igorrickli

No final de 2021, a cantora Aline Wirley jogou os holofotes um assunto até então pouco discutido: a crianção de crianças sem imposição de gênero. "Aqui em casa não existe ‘isso é para menino', 'isso é para menina’. A gente cria o Antônio para ele ter a liberdade de ser quem ele quer ser", explicou ela em uma entrevista para a revista Marie Claire.

Assim como Aline e Igor Rickli, pais de Antônio, outras celebridades como a cantora Adele e o ator Will Smith criam crianças sem gênero e falam abertamente sobre o tema. Mas, para muitas pessoas, fica a dúvida: como se dá essa criação?

O primeiro passo é a reflexão

Antes de falar sobre a criação sem gênero é importante refletir sobre o que é gênero. Perguntas como: "o que é ser mulher?" e "o que é ser homem?" devem ser feitas, sempre fazendo um exercicio de tempo, por exemplo: "Ser mulher hoje em dia é a mesma coisa que na época das minhas bisavós?".

Essa reflexão provalmente vai te levar a conclusão de que muito do que é ser homem ou mulher está ligado às definições da sociedade em um determinado tempo. Por exemplo, azul como cor de roupa para meninos e rosa para meninas é algo que só surgiu nos anos 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial. 

A partir dessas reflexões algumas pessoas estão criando crianças apenas como crianças e não meninos ou meninas. 

Como chamar?

Muitas vezes a decisão de criar uma criança sem gênero se dá logo na escolha de nome, quando os pais optam por um que é considerado neutro como Ariel, Kin ou Zuri

Outro ponto são os pronomes, ou seja, a palavra que substitui ou acompanha um substantivo (o nome da criança). No caso de crianças e pessoas não bináries, é comum o uso de pronomes neutros como o "elu", porém não é algo obrigatório. 

Uma opção é a escolha por um pronome, "ele" ou "ela", até a criança ter entendimento o suficiente para decidir qual deseja, ou ainda transitar entre pronomes usando tanto o "ele" quanto o "ela".

Rosa como uma cor exclusiva para meninas surgiu apenas nos anos 1940 após 2ª Guerra Mundial
Rosa como uma cor exclusiva para meninas surgiu apenas nos anos 1940 após 2ª Guerra Mundial
Foto: iStock / galitskaya

Cores, brinquedos e estímulos

Durante a primeira infância, que vai até os 6 anos de idade, a tendência é usar e estimular todas as cores e todos - ou nenhum - marcador de gênero. Um exemplo prático de distinção de marcador gênero é quando se usa lacinho rosa exclusivamente para meninas.

O mesmo vale para brinquedos. Cada um tem uma função: estimular cuidado, cognição, atenção, concentração e outras habilidades. É importante que a criança tenha acesso a todos eles, independente se é considerado "de menino" ou "de menina".

Por fim, temos as vestimentas: tem algo mais legal do que poder usar todas as roupas do mundo? Para crianças criadas sem gênero, essa é uma realidade. Não importa o modelo, a cor ou o tecido, elas podem usar todas.

Referências 

Pais que criam crianças sem gênero também contam que se dedicam bastante ao processo de criar referências para essas crianças, em uma sociedade dominada por imposição de gênero. Constantemente buscam desenhos, filmes e livros que abordem perspectivas similares à da criança, como por exemplo a animação da Netflix “Ridley Jones: A Guardiã do Museu”. 

Fonte: Redação Nós
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