Feira da Diversidade tem drinks ousados, maquiagem drag, acolhimento religioso e muita música

"O que mais amei foi a variedade de idades que tem dentro da comunidade. A gente tem muito aquela impressão de que 'antigamente isso não existia', mas olha como tem muita gente bem mais velha que eu". Aos 14 anos, Emanoel da Silva, conhecido em sua família como Dylan, esteve na Feira da Diversidade, nesta quinta-feira, 8. Junto com a mãe e assistente fiscal Fernanda Santos e a irmã Lorena de 9, ele chegou cedo para passar pelos estandes e ver as atrações musicais do evento, uma pré-Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

Foi a primeira vez da família nesta 22ª edição da Feira, que aconteceu no Memorial da América Latina, na Barra Funda, em São Paulo. "A importância de um evento como este é a tolerância, a proteção, e para todo mundo. Considero um ambiente super seguro para vir com eles (os filhos)", relata Fernanda. Segundo a organização do evento, cerca de 20 mil pessoas passaram pelo local. 

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Ambiente seguro é o que motivou a ONG Afirmação LGBT Mórmons, Famílias e Amigos a também montarem um estande nesta edição do evento. Vice coordenador da instituição, Thiago Almeida dos Santos, de 36 anos, explica que os mórmons são uma religião que começou nos EUA e veio para o Brasil. "A igreja em si não é de acordo com as pessoas LGBTQIA+. Por isso, algumas delas se afastam. Por isso, temos essa ideia de formar um ponto de apoio para pessoas que se identificam ou identificaram com a fé e com a comunidade."

Conforme o evento foi enchendo, ficou mais difícil se deslocar entre as áreas do festival. Ainda assim, a presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Marly Santos, elogiou a escolha do Memorial da América Latina para sediar esta edição da Feira Cultural da Diversidade. "Na questão acessibilidade, foi muito satisfatório. A única coisa que prejudica um pouco são as canaleta para esconder a fiação. Mas sei que pensarão em um jeito de melhorar isso nas próximas", diz. 

Provando ser um evento verdadeiramente inclusivo, a Safira também esteve no Memorial. A tutora dela, a psicóloga Flavia Lins de Souza, de 34 anos, trouxe, ainda, o amigo e bancário Anderson Oliveira de Lima, de 29. "Foi o primeiro evento da Safira, que está comigo há dois meses. Ela está super confortável, curtindo. Ela adora. As pessoas param, fazem carinho. É uma troca", conta Flavia. 

Atrações à parte

Ao longo do dia, a Feira contou com 50 atrações. Uma das que mais chamou a atenção era um palco no qual participantes podiam subir, pegar um microfone e se apresentar, cantando uma canção de sua escolha. A estilista Livia Barros, de 37 anos, era uma das expositoras no evento. Ela parou rapidamente para se apresentar ao som de Você Me Vira A Cabeça (Me Tira Do Sério), música de Alcione. "Só ouvi músicas que fazem parte da minha vida! E é muito legal ver todo mundo entrando aqui sorridente, sendo acolhido e aceito. Uma experiência maravilhosa de ser feliz e acolhido".

O público também teve a oportunidade de fazer análises faciais e cursos de bartender, além da chance de ratificar o nome e de receber auxilio para a criação de bebês intersexo. Teve até drinks inusitados para os participantes, que puderam escolher entre Xoxota do Norte, Capeta, Popozuda ou Beijo na Boca. Bastava só ter um pouco mais de paciência para enfrentar a fila --que não era nada pequena. 

Drag queen 

Responsável pela Casa Fluída, local com exposições de arte, bar e restaurante, Fernando Spaziani trouxe, ao lado de drag queens, a Experiência Drag para a Feira. No projeto, qualquer pessoa pode se montar, com direito a maquiagem, peruca e roupa. "Super bem recebido. É uma transformação total. No fim, a pessoa faz um ensaio fotográfico e nós compartilhamos com ela", explica.

O chef de cozinha, Cícero Paulino se montou no estande da Casa Fluída. "É uma sensação de liberdade, é uma coisa que você sempre quer fazer, mas nunca faz. Aí vem alguém e te encoraja e você faz", relata. A responsável pela transformação foi a drag queen Laviignea. Para ela, é preciso força de vontade e coragem para se montar. "É maravilhoso. Eu sempre falo que todo mundo precisa ser drag queen uma vez na vida, porque você põe para fora todos os seus instintos mais intensos e ser quem você quer, sem vergonha". 

Quase ao lado do estande da Casa Fluida, barulhos de leque eram ouvidos a todo momento. Uma das responsáveis, a drag queen Juliana Zampolly expunha seus leques com as cores da bandeira LGBTQIA+. Mais que um item usado para as drag queens se refrescarem, o leque cumpre uma função de resistência. "Quanto mais forte você bate seu leque, maior o seu poder. Sem contar o ventinho, né?", brinca. 

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Terra na Feira

Na Feira, visitantes que passaram pelo estande do Terra tiveram a chance de aparecer nas redes sociais oficiais da empresa. Bastava gravar um reels com o tema diversidade, postar no próprio perfil usando a #terranaparada e seguir o @terrabrasil. Os melhores vídeos serão repostados pelos perfis do portal.

"Para o Terra, marcar presença na Feira da Diversidade é contribuir com a economia criativa e incentivar a empregabilidade. Acima de tudo, é pensar em outras maneiras de apoiar a luta da comunidade LGBT+ por políticas sociais por inteiro. Enquanto marca que abraça a diversidade e fomenta a inclusão, o Terra está muito feliz de, pelo segundo ano consecutivo, fazer parte da maior festa a céu aberto da América Latina que começa hoje.”, disse Henrique Bosco, Head de Marketing, Comunicação e Projetos do Terra.

Pelo segundo ano consecutivo, o Terra é media & business partner oficial do maior evento popular a céu aberto do mundo, a 27ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, reforçando o nosso compromisso com a diversidade, potencializando as vozes e as lutas pela causa.

• Patrocínio Máster: Smirnoff
• Patrocínio: Vivo
• Apoio: Pantene, Amstel, Jean Paul Gaultier, L'Oréal, Mercado Livre, Accor

Cuidados com a saúde e combate ao assédio movimentam Feira da Diversidade: