Majur quer construir um futuro melhor para pessoas trans: 'A bandeira do Brasil também é minha'
Cantora se apresentou na sétima edição da Marcha do Orgulho Trans de São Paulo, que aconteceu na última sexta-feira (31)
Um dos novos nomes da MPB, Majur já foi indicada ao Grammy Latino e se apresentou nos maiores festivais de música do país, o que a cantora enxerga como grandes feitos. Entretanto, a artista considera que a maior conquista de vida foi conseguir existir sendo uma travesti para, então, batalhar pelo sucesso. Com uma carreira estabelecida na música, ela também quer ser exemplo para outras pessoas trans e ajudar essa parcela da comunidade LGBTQIA+ a construir um futuro com mais oportunidades.
"Estou muito orgulhosa da minha existência, tanto trabalho e tanta resistência para chegar aqui onde estou agora. Quando falo sobre mim, estou falando sobre muitas outras que já foram antes, a que estão chegando agora, as que vão vir no futuro. É um momento muito diferente de todos os outros que já vivemos antes, temos recortes, temos visibilidade. Agora, é construir um futuro, fazer as pessoas imaginarem que é possível criar, estudar, ir atrás dos seus sonhos, se organizar para um futuro melhor", diz Majur em entrevista ao Terra na Marcha do Orgulho Trans da cidade de São Paulo, que aconteceu em junho.
Para a apresentação do evento, a cantora usou um look com as cores da bandeira do Brasil, seguindo um pedido da organização da Marcha. "Todas nós somos brasileiras, não admito e não acredito em um Brasil que não unifique todos e que separe as pessoas. Não acredito em um país que se separa. Se somos um país, somos um povo. Então, não tinha como não usar a bandeira, porque ela também é minha", defende ela.
Em setembro deste ano, Majur fará uma apresentação no palco principal do Rock in Rio para homenagear a MPB ao lado do BaianaSystem, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Ney Matogrosso e Gaby Amarantos. "É um momento muito fantástico da minha carreira, porque é algo que acreditei la no passado, com cinco anos, quando comecei a cantar", analisa.
"É uma transição gigantesca de onde esse corpo, que antes era marginalizado e inviabilizado, agora pode alcançar. Na verdade, para mim pode muito mais, é só o começo", conclui Majur.