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Mulher é vítima de transfobia durante corrida em app de viagem em SP

Gilles Villeneuve, de 28 anos, relata que motorista foi até a casa dela e proferiu xingamentos de cunha homofóbico e transfóbico

5 jun 2023 - 16h12
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Motorista, app, carro, gig economy, Uber, 99, iFood, Waze
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Foto: Reprodução / Freepik

Uma jovem foi vítima de transfobia por parte de um motorista da Uber, em São Paulo, no último sábado, 3. Nas redes sociais, ela publicou que o homem a chamou pelo pronome masculino, e ao reportar para a empresa o ocorrido, ele voltou até o seu endereço, e usou xingamentos de cunho homofóbico e transfóbico. Agora, ela busca por um posicionamento da empresa.

A vítima é a gestora de projeto e líder de diversidade, Gilles Villeneuve, de 28 anos, que preferiu não ter a foto divulgada por questões de segurança. Na publicação, ela conta que aquele era um dia feliz, pois havia acabado de sair da depilação a laser, pois era um passo importante como mulher trans. Ao Terra, ela relatou que pediu o carro de aplicativo para ir para casa, no bairro Bela Vista, pois acreditava ser mais seguro.

Foto: Reprodução/Twitter

“Ao final da corrida, ele finalizou e falou assim: ‘obrigado amigo’. Claramente dava para perceber, e mesmo que não desse, que eu era uma pessoa trans, que eu sou uma mulher trans”, explica. Por estar cansada de corrigir, até por já ter vivido situações parecidas com aquela, inclusive dentro de um carro da Uber, ela decidiu não falar nada.

Já em casa, a gestora optou por reportar no aplicativo da empresa, já que é um serviço da companhia. Ela afirma que foi muito explícita ao pedir que forçasse as políticas de segurança e de atendimento ao público LGBTQIA+. Não pediu para que punisse o motorista e nem o estorno da corrida.

Após a situação, para a sua surpresa, ela passou por mais uma situação de constrangimento. Cerca de uma hora depois do ocorrido, o namorado dela desceu para pegar um pedido, e quando chegou à frente do prédio, foi abordado pelo motorista, que estava ‘de plantão’ no local, perguntando sobre Gilles.

O homem, além de referir a ela com pronomes masculinos, proferiu xingamentos transfóbicos à jovem, sem saber que o rapaz era companheiro da passageira. “Ele perguntou para o meu namorado se ele conhecia um ‘gayzinho’ de óculos, com cabelo comprido, com nome diferente. Ou seja, ele já veio com a intenção de me insultar”, afirma.

O companheiro da consultora percebeu que o motorista estava se referindo a ela, e o corrigiu. Em seguida, o rapaz a chamou para descer. “Quando eu cheguei lá, ele teve coragem de mentir, dizendo que não tinha dito isso, que não tinha me chamado de amigo, sendo que quando ele veio me procurar usou palavras homofóbicas e falou no pronome masculinos. Já entra em contração a partir desse momento”, ressalta.

Botou em cheque a segurança

Gilles sempre usou o aplicativo por achar que era mais seguro, justamente pelas políticas empregadas pela empresa, e também por ter medo de usar o transporte público  sofreu algum tipo de situação. No entanto, a situação botou a segurança em xeque.

Uber
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Foto: Freepik

A jovem se questiona como o motorista tinha seu endereço e sabia que a denúncia tinha partido dela, visto que ele apareceu quando já havia se passado algum tempo da sua corrida, e ele poderia ter pego outros passageiros.

“Como ele supôs que era eu? Então, tem um problema de segurança da Uber, ou ela mostra o endereço dos seus passageiros que fizeram a denúncia, ou ele realmente também sabe que errou, se lembrou e pensou: ‘eu errei naquele momento, naquela corrida, naquela viagem, foi aquela pessoa’”, pontua.

Além disso, ela também fala sobre o risco de sua segurança física, já que o motorista voltou ao seu endereço. Agora, a gestora se sente insegura até para sair de casa, pois tem medo de que alguém a esteja esperando do lado de fora.

Outro ponto levantado por ela, é que a empresa se isentou de toda a situação. A bloqueou no aplicativo no dia dos fatos, e a desbloqueou nesta segunda-feira, 5. “Como eles se posicionam diante disso? É só me desbloqueando da plataforma? Eu não tenho culpa se ele [motorista] foi bloqueado ou não, não tenho controle de como eles agem”, declara.

“O nosso final de semana foi incrível. Eu estava super feliz. Foi o balde de água fria. Muito triste”, complementa.

Em nota para a reportagem, a Uber afirmou que "defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e justiça para todas as pessoas LGBTQIA+. A empresa considera inaceitável qualquer tipo de discriminação e o motorista foi desativado do aplicativo assim que recebemos a denúncia. Em casos dessa natureza, a Uber fica à disposição para colaborar com as autoridades e compartilhar informações sobre os envolvidos, observada a legislação aplicável.

Para reforçar a privacidade de usuárias e usuários, a Uber não mostra para os motoristas parceiros os endereços de viagens no histórico do app. Além disso, os telefones de ambos são mantidos em sigilo."

Fonte: Redação Terra
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