'Nunca estive no armário', diz eterno Nino, do Castelo Rá-Tim-Bum
Casssio Scapin ainda falou sobre a sua relação com idade; o artor completa 60 anos
Casssio Scapin, eternizado no papel de Nino do Castelo Rá-Tim-Bum, completa 60 anos em dezembro de 2024. Segundo ele, a essa altura já tem uma relação clara com o fim de sua vida.
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"Nunca tive crise, nem aos 30, nem 40, nem aos 50. Aos 60, pegou. Aos 60 é a constatação objetiva que você não dobra mais. O que acontece é que você é arremessado de uma maneira muito impiedosa à finitude, e à finitude de tudo", iniciou ele, em entrevista ao Gshow. "Não quero engolir sapo, não preciso mais. Todas as questões que a gente atravessa na vida, de fama, sucesso, dinheiro, essas fases eu já passei por todas. Você começa a ver as pessoas se despedindo, morrendo, e você tem essa relação muito clara com o fim. O que me pega muito daqui pra frente é a questão de 'até quando vai durar minha autonomia física e mental?'. Porque, uma vez perdido isso, eu não tenho interesse mais".
Apesar da franqueza que tem com a morte, ele não se descuida do corpo. Nas redes sociais, sua boa forma chama atenção dos seguidores. Atualmente, ele mantém uma rotina e não pretende desacelerar -- não por opção. No fim de maio, ele precisou operar catarata nos olhos e anseia o retorno à academia. "Sou muito caxias, né? Segunda, quarta e sexta, faço balé clássico, depois saio de lá, almoço, e faço uma hora de academia todos os dias".
Personalidade pública há muito tempo, ele não é contra procedimentos estéticos. Muito pelo contrário. "Faço de vez em quando um botoxzinho para segurar, acho que tem que fazer. Sou um Fusca 63, mas nem por isso vou estar enferrujado, sem pintura, sem lustre no capô. Não faço nada radical, só um retardamento do envelhecimento. Não adianta não envelhecer, isso é impossível [...] Sempre falo que é higienização, você dá uma higienizada na sua imagem. Sempre faço uma limpeza de pele, um tratamentinho para estar bonito. A gente merece, e o outro também".
Comprometido com o farmacêutico Diego Redondaro, ele se considera um ativista da causa LGBT. "Me perguntaram outro dia quando é que eu saí do armário. Eu falei: 'Amor, não saí porque não entrei'. Nunca estive no armário, vocês viram o que vocês quiseram ver [...] Na primeira Parada eu estava, quando não tinha cordão de isolamento, quando a gente não sabia se ia apanhar da polícia, lá nos idos dos anos 90. Fomos para a rua. Não preciso a cada momento dar satisfação, ou dizer alguma coisa sobre a minha relação pessoal, com quem estou ou quem deixei de estar.
Apesar disso, ele não se enxerga casando ou tendo filhos. A paternidade para ele só se for de pet.
"O casamento estabelece todos os padrões de tradição e propriedade. Não quero reproduzir esse esquema [...] Seria um péssimo pai, a gente tem que saber nossos limites. Primeiro que sou muito focado na profissão, me absorve muito. Sou pilhado, estou pensando em vários projetos, em como executar... Para o bem da criança, é melhor não".