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“Portas se fecharam, mas assumir que sou gay foi libertador”, declarou comediante Júnior Chicó

Desde 2018, apresentador de stand-up compartilha suas vivências como homem gay com seu público

11 jun 2023 - 05h00
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Segundo Chicó, despertar a representatividade no público é uma das suas maiores conquistas profissionais
Segundo Chicó, despertar a representatividade no público é uma das suas maiores conquistas profissionais
Foto: Gabriel Moraes/Terra

Nascido em Recife e com trajetória no teatro, desde 2013 Júnior Chicó traça sua trajetória como comediante. Assumidamente gay, o apresentador de stand up é conhecido, principalmente, por levar aos palcos as vivências relativas ao universo LGBTQIA+. 

Apesar da sexualidade ter se tornado tema central de suas apresentações, Chicó afirma que nem sempre foi assim.

De acordo com o comediante, o receio do preconceito e o medo de portas se fecharem, fizeram com que esse assunto fosse associado ao seu trabalho apenas em 2018. 

“Tinha muito receio envolvido, medo do que meu público e contratantes iriam pensar. Do mesmo jeito que a gente olha para uma pessoa e não sabe se a pessoa é gay, bissexual ou hétero, a gente não sabe se a pessoa é homofóbica ou carrega algum tipo de pronconceito”, declarou Chicó.

Segundo o comediante, portas de fato se fecharam, mas optar por assumir sua sexualidade e compartilhar suas vivências com o público foi "libertador", segundo Chicó.

Atualmente, o público de Chicó tem acesso a histórias como a primeira vez que apresentou um namorado ao seu pai e o dia em que conheceu sua sogra.

“Eu vi pessoas que me contratavam, deixarem de me contratar, mas eu decidi estar à vontade no palco como estou com meus amigos. Acho que o stand up é isso. E assumir quem eu sou, ser sincero com meu público, além de libertador, tornou minhas apresentações mais leves e verdadeiras”, declarou.

Cunho sexual

Para além de compartilhar suas vivências como homem gay, as piadas de cunho sexual também marcam as apresentações de Chicó.

Em um de seus shows, por exemplo, o comediante fala sobre sua experiência em uma sauna gay. Nas redes sociais, conteúdos associados à vida sexual também são comuns. 

Segundo o comediante, críticas sobre a ‘pegada’ mais sexual em suas apresentações acontecem, mas na opinião dele, “o tabu precisa ser quebrado”.

“Pessoas conservadoras estão em todo lugar, inclusive no meio LGBT, mas se um cara héterossexual pode falar sobre a vida sexual sem nenhum problema, por que esse incômodo existe quando se trata de um homem gay?”, questionou Chicó.

Chicó em uma de suas apresentações de stand-up
Chicó em uma de suas apresentações de stand-up
Foto: Gabriel Moraes/Terra

Apesar da liberdade alcançada com o público, o comediante afirma que os limites existem quando questionado sobre a linha tênue entre a comédia e a ofensa.

“Quando estou elaborando uma piada, a minha preocupação é: ‘Será que vai ficar engraçada mesmo? Onde será que essa piada vai chegar? Quem compartilhar, vai compartilhar na maldade ou porque achou engraçado?”, revelou.

Casamento e representatividade 

Sobre as conquistas relacionadas à profissão, o comediante afirma que sua maior trunfo foi perceber que o compartilhar de suas vivências poderia despertar o sentimento de representatividade em seu público. Um exemplo disso, de acordo com ele, foi o noivo Jefferson Campos, com quem se relaciona desde 2021.

“O primeiro contato que tive com meu noivo, Jefferson, foi através do Instagram. Ele me assistiu em um programa de TV no momento em que ele estava no processo de aceitação, e a primeira mensagem que tenho dele, é uma mensagem em que ele me agradece por ter se sentido motivado a se sentir mais orgulhoso e se assumir para a família. Hoje, eu vou casar com esse homem”, comemorou Chicó.

Parada do Orgulho de São Paulo

E por falar em conquista, um grande momento se aproxima para Chicó. Neste domingo, 11, o comediante realiza a cobertura da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, em parceria com o Terra.

"Eu estou muito feliz de colaborar com essa cobertura. A Parada LGBT+ de São Paulo é a primeira que eu fui na vida. Eu morei em Recife, no Rio, mas em nenhum desses lugares me senti à vontade suficiente para colocar minha cara e aparecer", revelou.

A sensação de comemorar seu orgulho, no maior evento do gênero do Brasil, foi inesquecível.

“Eu acho que quando a gente demonstra orgulho, a gente motiva orgulho também. Então, demonstrar você está orgulhoso de quem você é, demonstrar que você está amando, pode fazer com que outras pessoas se sintam motivadas a fazer o mesmo”, finalizou.

Fonte: Redação Terra
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