"Sofro preconceito dentro e fora da comunidade", diz ator que gravou com 28 homens
Petrick Garcia, que mudou de cidade para realizar o sonho, viu seu trabalho viralizar pela quantidade de pessoas envolvidas na cena pornô
Desde o último sábado, 24, um vídeo tem chamado a atenção de usuários do Twitter. Na gravação, um homem participava de ato sexual com outros 28 rapazes. A estrela da gravação é o ator pornô Petrick Garcia, que viu seu nome ser um dos mais comentados na internet.
Ele garante que fica feliz com a fama que tem recebido.
"Isso é a resposta de um bom trabalho", comemora ele, em entrevista exclusiva ao Terra.
Petrick diz que recebeu muitos comentários elogiando o seu desempenho, mas eles não são unanimidade. Segundo revela, diariamente ele convive com a homofobia e a discriminação.
"Sofro preconceito dentro e fora da comunidade LGTBQIA+. De fora, eu sofro pelo fato de ser gay, mas de dentro da comunidade, eu recebo muitas críticas pelo trabalho que faço", desabafa. "São falsos moralistas. Eles queriam estar no meu lugar. O que eu faço gravando, as pessoas fazem escondido".
Começou como garoto de programa
Petrick não se envergonha da sua trajetória. Ele se assumiu gay aos 16 anos, quando ainda morava no interior de Minas Gerais. Na época, o ator dividia sua atenção entre a faculdade de educação física, o trabalho na área e programas, até ser convidado para a sua primeira cena.
"Eu gravava vídeos sensualizando nas redes sociais, um produtor viu e me convidou para participar, mas avisou: 'Não tem cachê, a gente paga sua passagem'", lembra.
Ele, então, foi para o Rio de Janeiro, escondido da mãe, e participou de seu primeiro filme. Segundo o ator, seu desempenho empolgado abriu o espaço para outros trabalhos na área, além da inveja de outros atores.
"Em 2018, eu fui convidado para outras cenas, e comecei a cobrar. Teve diretor que me aplaudiu no final das gravações. Rolou muito ciúme também, gente que duvidava do meu potencial", lembra.
Para seguir o sonho de trabalhar com pornô, ele deixou Minas Gerais e se mudou para a capital fluminense. Petrick também contou que deixou a família para trás. "Eu não queria expor meus familiares, nem meus amigos", justifica.
Superou tempos difíceis
Antes de se estabelecer na profissão, Petrick passou por tempos complicados. Ele dependeu de favores de amigos e até deixou de ser convidado para outros trabalhos. Com isso, passou a produzir sozinho os próprios vídeos e disponibilizar os trabalhos em sites especializados em conteúdo adulto.
Foi então que ele começou a trabalhar na produtora pela qual gravou o vídeo que viralizou nas redes sociais. A repercussão do vídeo, inclusive, foi tamanha que até em sua cidade natal as pessoas ficaram sabendo.
Hoje, Petrick afirma que apesar da distância física tem uma boa relação com a sua mãe, mas que nunca falou para o pai com o que trabalha.
"Eu nunca faço uma cena com a intenção de chocar ninguém. Eu estou muito orgulhoso do meu trabalho", diz.
Para esse trabalho, inclusive, ele passou por uma preparação especial: remédio para a flora intestinal, jejum desde a noite anterior e conversa com os parceiros de cena, para estabelecer limites.
"A gente se conversou por um grupo de Whatsapp. Antes de começar a gravar, eu falei o que não queria, e fui ouvido", conta.